Joseph Blatter, antigo presidente da FIFA e antecessor de Gianni Infantino
Joseph Blatter, antigo presidente da FIFA e antecessor de Gianni Infantino - Foto: IMAGO

Ex-presidente da FIFA: «Perdemos o futebol para a Arábia Saudita»

Joseph Blatter criticou algumas medidas da organização sob a atual liderança de Gianni Infantino, seu sucessor. O suíço, de 89 anos, não concorda com a organização do Mundial de 2034 em solo saudita e com o alargamento do Mundial de Clubes

Joseph Blatter, que liderou a FIFA entre 1998 e 2015, deixou duras críticas ao seu sucessor, Gianni Infantino, principalmente por ter aceitado realizar o Mundial 2034 na Arábia Saudita. Durante o seu mandato, foi aprovada a candidatura do Qatar para organizar o Mundial 2022, que mais tarde ele próprio considerou um erro.

Gianni Infantino com o Emir do Qatar antes do Mundial 2022

«Perdemos o futebol para a Arábia Saudita. Oferecemo-lo e eles aceitaram. E, surpreendentemente, não há qualquer oposição dentro da FIFA. Durante o meu mandato, ainda havia reuniões onde os problemas eram discutidos e o congresso decidia. Hoje em dia, já não se discute no congresso», afirmou Blatter numa entrevista à televisão alemã RTL.

O antigo dirigente suíço também não gosta do facto de as reuniões decorrerem online. «Tudo é feito eletronicamente e ninguém diz nada. Pode-se até chegar com seis horas de atraso ao congresso», continuou Blatter, aludindo à chegada tardia do seu sucessor, Gianni Infantino, ao congresso de maio, em Assunção, no Paraguai. Vários delegados europeus abandonaram a sessão antecipadamente em protesto após este incidente.

Blatter também abordou o tema do Mundial de Clubes, que decorre nos EUA num novo formato alargado, com 32 participantes. «São sempre os mesmos clubes e os mesmos jogadores, que deviam descansar. Jogaram num verão quente, o que é prejudicial e irresponsável. Não se pode fazer isso, é preciso proteger os jogadores», citou, por sua vez, à agência DPA o suíço.

Blatter demitiu-se do cargo de presidente da FIFA em 2015 na sequência de um escândalo de corrupção dentro da organização. Este ano, foi repetidamente absolvido da acusação de fraude, falsificação e peculato, assim como Michel Platini, ex-presidente da UEFA.

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