Ex-Flamengo revela quantas vezes tentou o regresso de Jorge Jesus
Jorge Jesus fez história no ano em que esteve no Flamengo, com a conquista de quatro títulos, incluindo da Libertadores, e houve em alguns momentos que esteve mesmo perto de um regresso ao Brasil, mas isso não aconteceu. A revelação foi feita por Bruno Spindel, ex-dirigente do clube, e explicou detalhadamente cada situação, uma delas quando o técnico português voltou ao Benfica.
«Acho que umas três. Uma coisa que não ficou clara é que tentámos muito o Jorge. Encontrámo-nos com ele, jantámos com ele, mas havia uma situação muito incerta do Jorge no Benfica, que obviamente dependia do desempenho dele e da equipa, e isso ninguém pode controlar. Se ele ficasse vivo na disputa do campeonato português, vivo na Taça de Portugal, tinha a Champions também... seria impossível o Jorge vir. E aí contratámos o Paulo Sousa. Tentámos também quando não renovámos com o Dorival, mas em todas as vezes que tentámos o Jorge tinha um impedimento contratual. E quando o Sampaoli veio, ele estava no final do contrato do Fenerbahce e com uma proposta pesada da Arábia Saudita ou estava no Al Hilal, não me lembro. Mas foram três vezes que nós conversamos com o Jorge para voltar e que a situação profissional dele impedia que ele voltasse para o Flamengo. Mas, de facto, tentámos», começou por dizer, em entrevista ao Globo Esporte, lembrando um momento hilariante com o atual treinador do Al Nassr.
«Pablo Marí e Gerson são bons exemplos. Hoje parece simples, mas na época havia dúvidas sobre o Gerson — diziam que era um médio com pouca intensidade e entendimento tático. O scout analisou muitos jogos dele na Roma e na Fiorentina e a visão do scout foi decisiva. O Jesus conhecia bem os dois e, quando os nomes foram apresentados, aprovou de imediato: 'Vai lá buscar, por que não está aqui ainda?'», contou, de bom humor, lembrando também a contratação falhada de outro técnico luso, Vítor Pereira.
«Ele foi muito vencedor em Portugal, na China, na Grécia. Treinador de altíssimo nível. Ele tem as melhores referências possíveis de quem trabalhou com ele. Treina bem a equipa em todas as fases. Tinha ideias de equipa pressionante, que ficasse com a bola, que tinham a ver com o que pensávamos desportivamente para o Flamengo. Ele estava a acabar o contrato com o Corinthians. Ele era o treinador que achávamos adequado naquele momento para o Flamengo. As coisas acabaram não dar tão certo e tomámos a decisão de trocar o Vítor Pereira», explicou, elogiando o líder de equipa do Wolverhampton, na Premier League.
«11 treinadores em seis anos? Sim, mas fomos campeões com o Abel, Jesus, Ceni, Paulo Sousa (Taça Guanabara), Dorival, Tite e Filipe. Tínhamos um modelo esportivo vencedor, mas é claro que preferia ter mantido um treinador por mais tempo. Às vezes, acontecem coisas. Por vezes, a decisão da troca não foi do Flamengo, como no caso do Abel e do Jesus. O Renato foi acordo comum. Algumas trocas não foram decisões nossas, outras sim. Dorival foi fim de contrato», afirmou, sendo que agora o Flamengo é liderado por Filipe Luís, ex-jogador de Jorge Jesus.