Ex-Benfica queria viajar para o espaço, mas Sunderland não deixou
Stefan Schwarz concretizou um dos seus sonhos de infância, que era ser futebolista, e teve uma carreira cheia de sucesso desportivo ao representar grandes clubes como o Malmo, Benfica, Arsenal, Fiorentina, Valência e Sunderland, mas o sueco tinha outro grande objetivo na sua vida: ser astronauta.
Foi no clube inglês, que pagou cerca de 6,2 milhões de euros na sua contratação aos italianos, onde acabou a carreira, em 2003, e começou seriamente a ponder a possibilidade de viajar para o espaço. Em 2000 acreditava-se que a viagem comercial ao espaço seria possível em 2002 e Schwarz era um dos muitos interessados.
No entanto, o Sunderland não via essa opção com bons olhos, por arriscar perder a maior contratação da sua história, e John Flickling, na altura o presidente executivo do clube, afirmou mesmo que um dos assessores do atleta conseguiu uma dessas vagas nos voos comerciais, em entrevista à BBC. «Estávamos preocupados de que ele pudesse querer levar Stefan junto com ele. Então pensámos que seria melhor acertar as coisas agora do que na hora do voo», disse.
Durante os quatro anos de contrato com os ingleses, Schwarz estava proibido de viajar para o espaço e, se acabasse mesmo por fazê-lo sem autorização do clube, o contrato seria terminado. «Foi um pedido razoável. Normalmente obteríamos cobertura de seguro para o jogador durante todo o período do seu contrato, mas, com muitas apólices de seguro, há certas exclusões, como atividades perigosas», disse o jogador.
«Estávamos a proteger o clube. Foi um momento um pouco descontraído durante negociações prolongadas. Mas um dia poderá ser bastante aceitável incluir tais cláusulas em vários contratos», acrescentou. Apesar de não ter realizado um dos seus grandes sonhos, Schwarz completou os quatro anos de contrato no clube e terminou a sua carreira em Sunderland, cujos adeptos o apelidaram mesmo de 'O Astronauta'.
Já no Benfica, esteve outras quatro temporadas e foi contratado precisamente pelo compatriota e treinador Sven-Goran Eriksson para Portugal, a custo zero do Malmo, em 1990. Conquistou duas vezes o campeonato nacional (1990/91 e 1993/94) e ainda uma Taça de Portugal, em 1993. Ao todo, foram 10 golos em 111 jogos, o maior número de partidas que fez na sua carreira por um só clube.