O capitão do Estoril, João Carvalho, transmitiu alento à equipa para os desafios que se seguem. Foto: A BOLA
O capitão do Estoril, João Carvalho, transmitiu alento à equipa para os desafios que se seguem. Foto: A BOLA

«Estoril tem qualidade suficiente para se bater com qualquer equipa na Liga»

João Carvalho é atualmente o capitão dos canarinhos e dá o mote para o regresso após a paragem para as seleções; admite momento menos positivo da equipa, mas transmitiu alento e confiança

O Estoril não atravessa um momento positivo na Liga, isto depois de, na época passada, ter sido uma das sensações do campeonato. Em entrevista a A BOLA, João Carvalho, conta o que se está a passar. Isso e muito mais!

– Como explica esta fase menos positiva da equipa do Estoril?
– É um pouco o que tem sido desde o início do campeonato, acho que, acima de tudo, queríamos ganhar em casa [frente ao Estrela da Amadora, na 1.ª jornada] e isso não aconteceu. Foi um golpe duro porque tínhamos o jogo controlado e o Estrela marcou um golo um pouco contra a corrente do jogo. A partir daí, a equipa ressentiu-se um bocado - continuámos a fazer bons jogos e não aconteceu… Mas acho muito cedo para estarmos a pensar onde poderíamos estar ou não na época.

– O que é preciso para mudar?
– O que interessa é no final estarmos onde queremos estar, apesar de termos uma expectativa que se calhar a realidade não está a corresponder. Acho que, acima de tudo, temos de continuar a trabalhar e sentir que no final do trabalho que temos vindo a fazer vai valer a pena.


– O facto de ainda jogar com Benfica, FC Porto ou SC Braga preocupa-o? Acredita em também pontuar frente a estas equipas e o Estoril poder ‘entrar nos eixos’?

Sim, acho que acima de tudo são jogos iguais aos outros, ou seja, três pontos que podemos ganhar ou não ganhar, fazer um ponto… e lá está, acho que a equipa tem qualidade suficiente para se bater com qualquer equipa na Liga. Claro que há equipas melhores que outras e também não vou estar aqui a escondê-lo, mas entramos sempre para ganhar. No ano passado perdemos, acho que só ganhámos um ponto em Braga nos jogos feitos com os ‘grandes’, mas acabámos por alcançar uma boa classificação. Acho que se juntarmos tudo no mesmo bolo, no final não vamos estar a celebrar porque queremos sempre muito mais, mas no final de tudo estamos num patamar em que podemos dizer que estamos contentes.

– Ian Cathro é um treinador que se faz notar como um comunicador nato e até imprevisível. Pelo lado de um jogador, como define trabalhar com ele?
- Acima de tudo ele tem uma boa comunicação connosco e é um pouco aberto quanto à comunicação com ele, o que se pode melhorar, no que o jogador está confortável ou não e, no final de tudo, tem de tomar as suas decisões. Durante a semana de treinos, é um comunicador nato, passa a mensagem de forma natural, como acha, e muitas vezes até nos deixa surpreendidos também e damos outro valor ao que ele está a dizer. E por aí passa a mensagem da melhor forma.

– Individualmente e até taticamente, essa forma de pensar e jogar do Estoril enquadra-se no melhor João Carvalho?
- Não sei se se enquadra melhor no que é o melhor de mim, mas acho que me ajuda bastante no que eu posso fazer e aportar à equipa. Estando numa posição a sair da esquerda e a preencher os espaços que assim entender, que é o que o mister me deixa fazer muitas vezes, acho que ajuda na minha criatividade.

– O seu último momento mais mediático teve lugar na flash do jogo com o Santa Clara, no qual criticou o futebol português pela falta de acompanhamento que é feito ao campeonato e o facto de esse jogo ter-se disputado no mesmo dia da Seleção. Sentiu essa necessidade de falar para o exterior?
- Sim, porque é difícil que um clube como o Estoril tenha uma voz que possa ser ouvida e acima de tudo achei bem dizê-lo. Foi um pouco pelo jogo que foi e tudo o que já tinha havido, semanas atribuladas em que se calhar devíamos ter tido mais foco no que podemos controlar e não aconteceu. Fez-me bem também falar, porque senti que o devia fazer e tinha um balneário completamente exausto por coisas que não podemos controlar e achei que era bom falar e deitar tudo cá para fora e fazer meio que um reset logo a seguir aos primeiros três ou quatro jogos.