«Este ano há mais entusiasmo que medo»

As coisas mudaram no Manchester United. Quem o garante é Ruben Amorim, que na segunda parte da conferência de imprensa de sexta-feira (só libertada ao fim da noite), antes da visita de hoje (12h30) a Brentford, foi claro quanto ao diferente estado de espírito.

Questionado sobre se ainda ia para os jogos com receio, o treinador do Manchester United foi claro: «Não, não, não, não, não. Sei que vai ser difícil, mas este ano há mais entusiasmo do que medo. Por isso, estou sempre entusiasmado para ver a equipa. É completamente diferente. Agora, tenho sempre a sensação de que podemos ganhar o próximo jogo. Olho para a minha equipa e vou jogar contra o City, contra o Arsenal, e sinto que podemos marcar golos, ser dominadores, controlar o jogo em certos momentos. Portanto, é uma sensação completamente diferente da do ano passado.»

Um dos factores que tem ajudado ao progresso dos diabos vermelhos, defende Amorim, é haver mais tempo para treinar — consequência da dececionante época passada, que ditou o não apuramento para as competições da UEFA.

«Permite trabalhar em coisas diferentes, imaginar cenários diferentes. Com mais tempo não só se prepara o jogo seguinte, em termos de estratégia, como se trabalha na base. E acho que podem ver que, agora, criamos mais oportunidades. Estamos a melhorar por causa disso, e acho que se tivéssemos jogos a meio da semana continuaríamos em dificuldades», reconheceu o treinador português.

Amorim também falou sobre o regresso de Bryan Mbeumo a Brentford, e de como o reforço de verão o impressionou na época passada: «Conhecia-o, vi-o jogar tantas vezes... Vi-o ao vivo contra nós no ano passado e não foi um bom dia para nós. Não foi essa exibição que me convenceu a contratá-lo, mas ajudou-me a perceber que ele é um jogador muito bom, não só com bola, mas também sem bola. E quando se vê isso ao vivo,é completamente diferente.»

Depois da vitória sobre o Chelsea, no passado fim de semana, o Manchester United procura, enfim, triunfos consecutivos na Premier League — alcançá-lo pode ajudar a quebrar uma barreira mental. Até para o próprio treinador, admitiu Ruben Amorim, questionado sobre a sensação de vencer quase sempre no Sporting.

«Compreendo que é um clube diferente, uma pressão diferente, uma liga completamente diferente. Mas aquela sensação de ganhar e de se tornar normal ganhar... luto muito com isso. Penso que os jogadores também. Está nas nossas mãos mudar as coisas. Só precisamos de ganhar o próximo jogo e fazer tudo para o ganhar. Nem falo de dez jogos seguidos, ou sete. Estou a falar do segundo, depois do terceiro... Com isso o sentimento vai mudar. Tem a ver com o ambiente em que temos vivido. Se olharem para o Bryan [Mbeumo], naqueles momentos em que estamos em dificuldades sinto-o um jogador diferente do resto da equipa. Porque alguns rapazes já estão aqui há algum tempo e o sentimento acumula-se...», admitiu, sobre a impotência da equipa em lidar com a adversidade. Mas há uma solução milagrosa: «Temos de ganhar jogos. Simples.»