Internacional albanês deixou uma marca nos minhotos e diz assume que leva o clube no coração
Internacional albanês deixou uma marca nos minhotos e diz assume que leva o clube no coração

Enea Mihaj: «Famalicão é um grande clube»

Defesa-central despede-se dos azuis e brancos ao fim de três temporadas. Internacional albanês leva consigo 'parte' da braçadeira de capitão e deixa 'parte' do coração. Elogia SAD e projeta sucesso coletivo

Três épocas depois, Enea Mihaj despede-se do Famalicão, do qual, confessa nesta entrevista a A BOLA, guarda as melhores recordações. Aos elogios que faz ao crescimento do clube, junta também o desejo que o mítico Vila Nova consiga dar o tão ambicionado passo rumo às competições europeias. A título pessoal, confirma estar a analisar várias propostas para dar continuidade à carreira e salienta o orgulho que sente ao vestir a camisola da Albânia.

- Tomou a decisão de sair do Famalicão no final desta época. Quais foram os motivos?

O Famalicão é um grande clube, que me ajudou muito no meu crescimento. Mas chegou a hora de procurar outra Liga.

- Passou três anos no Famalicão, ao serviço do qual contabilizou 82 jogos e chegou a capitão de equipa. Que memórias leva?

Levo grandes memórias. Fui sempre muito bem tratado e fiz amigos para a vida. O Famalicão é um clube que vai ficar para sempre no meu coração. Foi a equipa onde fiz mais jogos ao longo da minha carreira e isso diz quase tudo. Quando saí do PAOK tinha tido uma lesão, não tinha jogado tanto quanto desejava, mas depois surgiu o Famalicão e voltei a sentir-me feliz e importante. Um jogador gosta de sentir essa confiança. É um clube exigente, mas onde o ambiente permite aos jogadores terem liberdade com responsabilidade. Não é por acaso que de lá já saíram jogadores que hoje estão em alguns dos melhores clubes do mundo. Isso também diz muito da forma como o Famalicão trabalha. É tudo muito profissional e agora com o Centro de Treinos ainda melhor. Espero que nos próximos anos possa vir a ter um estádio novo para crescer ainda mais.

- Qual foi o melhor momento? E o menos bom?

Talvez o primeiro jogo desta época, frente ao Benfica, em que ganhámos. Talvez por ser na primeira jornada, deixou-me com a sensação de que poderíamos fazer uma grande temporada. Acabámos por bater alguns recordes do clube e, mesmo não tendo chegado à Europa, considero a época positiva. E se lembrarmos que durante este percurso acabámos por perder jogadores muito importantes, casos do Luiz Júnior e do Francisco Moura, por exemplo, tal como já tínhamos perdido o Cádiz, que era um goleador, podemos dizer que fizemos uma boa Liga. O período menos bom foi o de três meses sem jogar, devido a uma lesão. Mas com o meu profissionalismo e a ajuda de toda a equipa técnica e restante staff, consegui voltar a ser feliz.

- Duas épocas em 8.º lugar e, este ano, a 7.ª posição. Já é obrigatório o Famalicão ficar na primeira metade da tabela?

A dimensão do clube, a nossa forma de pensar enquanto equipa e a qualidade dos jogadores faz com que olhemos sempre mais para cima do que para baixo. Esta época senti que muitos adversários já olham para o Famalicão como sendo uma equipa grande e isso é o reflexo do crescimento que o clube tem tido nos últimos anos.

- Samsunspor, da Turquia, é uma hipótese?

É uma das possibilidades que tenho em cima da mesa, mas nada está ainda fechado. Estou a analisar tudo com a minha família para depois tomar a melhor decisão.

Se for possível o melhor de dois mundos...

Para o constante crescimento do clube, Mihaj entende que deve ser retido mais talento

- O clube chegou recentemente a um patamar desportivo que também tem um grande cunho da atual administração da SAD, que olha sempre para cima. Que comentário lhe merece?

É uma visão correta. A minha sensação é que o clube tem vindo a crescer bastante. Esta mentalidade de crescimento não visa apenas o retorno financeiro através das transferências de jogadores, mas também as constantes melhorias das infraestruturas e, dessa forma, a oferta das melhores condições para os seus profissionais.

- E o que falta, então, para que o clube consiga juntar as duas vertentes, desportiva e financeira, e consiga, então, chegar ao patamar competitivo que tem vindo a ser ambicionado internamente?

Penso que em determinados momentos pode ser feita outra análise, no sentido de tentar segurar determinados jogadores, não pensando apenas nas vendas, para que, dessa forma, a equipa possa ficar mais competitiva e o clube possa atingir objetivos desportivos mais ambiciosos.

- Como perspetiva o futuro do Famalicão? É um clube que está preparado para lutar pelas competições europeias, como o presidente Miguel Ribeiro ambiciona?

Penso que sim. O que o presidente diz sobre essa exigência de todos é muito importante. Mas, independentemente da eventual construção do novo estádio, o clube deve continuar a preparar-se para melhorar ainda mais e construir sempre melhores equipas para que possa, finalmente, chegar às competições europeias.

O orgulho indescritível de representar a seleção

Defesa-central tem já um percurso interessante pela Albânia e (também) disso muito se orgulha

A qualidade demonstrada por Enea Mihaj ao longo da carreira - antes de chegar a Famalicão havia representado Panetolikos e PAOK, ambos da Grécia - levou-o à principal seleção da Albânia, ao serviço da qual já contabiliza 19 internacionalizações, tendo estado no Euro-2024. E isso é algo que muito valoriza.

«Sim, claro. Tenho muito orgulho. Representar o seu país é sempre o auge para cada jogador. Estar nos 24 melhores da Albânia é um sentimento de grande orgulho. O meu futuro também vai ter muito isso em conta, ou seja, quero ir para um clube e para um campeonato que me permitam continuar a ter visibilidade para ser regularmente chamado à seleção», assume.

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