Empatar fora e depois jogar na Luz é solução mágica para o Benfica
Há uma semana, em Istambul, o Benfica empatou fora pela 25.ª vez na primeira mão duma eliminatória europeia. A anterior tinha sido em 2011, curiosamente também num play-off da Champions: 2-2 nos Países Baixos frente ao Twente. Na segunda mão, as águias venceriam em casa por 3-1 para avançarem para a fase de grupos.
Foi uma das 23 vezes em que seguiram em frente após empate fora na primeira mão. Um bom prenúncio para o duelo desta noite frente ao Fenerbahçe.
A única vez em que o Benfica foi afastado depois de voltar a casa com empate aconteceu há mais de 50 anos, em março de 1975: 0-0 no primeiro jogo em Eindhoven, frente ao PSV, nos quartos de final da Taça das Taças, mas no segundo jogo, na Luz, uma derrota por 1-2 significaria a eliminação.
Tirando essa ocasião, todos os outros empates fora valeram apuramentos em casa, nas várias competições (Champions, Taça das Taças, Taça UEFA/Liga Europa e Taça das Feiras).
Foram 21 vitórias (Twente, Áustria Viena, Steaua Bucareste, Aarhus, Valur, Vasas, Levski Sófia, La-Chaux-de-Fonds, Distillery, Feyenoord, Norrkoping e de novo Áustria Viena, na Champions; Dusseldorf, Dínamo Zagreb, Altay e Olimpija Liubliana, na Taça das Taças; Hertha, La Louvière, Dínamo Moscovo e Zurique, na Liga Europa/Taça UEFA; e Spartak Plovdiv, na Taça das Feiras) e dois empates (com o Carl Zeiss Jena em 1974 e o Glentoran em 1967), que na altura deram a passagem graças ao desempate pelos golos marcados fora, que a UEFA aboliu em 2021.
Sucessos nos 'play-offs'
Se empatar fora na primeira mão é um bom prenúncio para o Benfica, a verdade é que as águias também podem retirar conforto do facto de se darem bem, tradicionalmente, nas eliminatórias de acesso direto à UEFA Champions League.
Em nove ocasiões, só em duas foram eliminadas, ambas há mais de 20 anos: em 2003 às mãos da Lazio, em 2004 frente ao Anderlecht. Na altura, essa fase ainda era a terceira pré-eliminatória, e não o play-off.
Antes, as águias tinham superado o Beitar Jerusalém (1998, numa eliminatória única); depois levaram sempre a melhor, sobre Áustria Viena, Copenhaga, Twente, PAOK, PSV e Dínamo Kiev. Frente a esses seis adversários mais recentes, não perderam qualquer jogo: oito vitórias e quatro empates.
Há ainda uma eliminação pelo meio, mas na terceira pré-eliminatória e em circunstâncias especiais: devido ao atraso do início da época 2020/2021, por causa da pandemia de covid-19, a UEFA decidiu fazer as eliminatórias apenas a uma mão; o Benfica teve o azar de jogar fora e perdeu (1-2) na Grécia, com o PAOK de Abel Ferreira.
Duas vitórias nos últimos sete jogos na Luz
O Benfica conta com o apoio do público e com a familiaridade do Estádio da Luz como vantagens frente ao Fenerbahçe, mas a verdade é que o histórico recente de jogos europeus em casa não é o melhor.
Se frente ao Nice, na segunda mão da terceira pré-eliminatória já deste ano, a equipa de Bruno Lage não sentiu problemas — o facto de ter chegado de França com vantagem de 2-0, ao contrário do que acontece agora, ajudou e muito —, convém lembrar que na época passada o Benfica só venceu um de seis jogos europeus em casa: o primeiro, 4-0 ao Atlético de Madrid; seguiram-se derrotas com Feyenoord e Barcelona (duas vezes) e empates com Bolonha e Mónaco...
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