Presidente do Sindicato dos Jogadores agradado com a relevância reconhecida ao Estágio do Jogador pela comunidade futebolística em Portugal

«É uma edição histórica e diferenciadora»

Lançada a 23.ª edição do Estágio do Jogador. Feminino é a novidade destacada por Joaquim Evangelista e Pedro Proença. João Vieira Pinto é o embaixador

O Campus do Jogador, em Odivelas, foi o palco para o lançamento do Estágio do Jogador que, a título inédito, incluiu um estágio para jogadoras numa sessão que contou com a presença do presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, o embaixador do Estágio, João Vieira Pinto, os treinadores Zé Pedro e Isabel Osório, e ainda o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença.

O anfitrião, Joaquim Evangelista, destacou a inédita presença de jogadoras neste estágio. «A intenção é colocar na agenda o futebol feminino e olhar para as mulheres como parte do ecossistema do futebol, o que ainda não está completamente adquirido. Ainda há muito trabalho pela frente e quisemos deixar isso bem claro», sublinhou.

«É uma edição histórica e diferenciadora, estamos numa fase de recrutamento em que necessitamos de praticantes. Além das jogadoras que já têm clube e querem fazer a pré-época desportiva, também queremos atrair jogadoras e que os pais e avós que tenham filhos e netas que queiram jogar futebol sintam neste espaço um espaço de segurança e inclusão. Estou convencido de que vai haver muitas jogadoras a querer fazer isso e a experimentar, sem exigências e compromissos», anteviu, confiante.

Instado a recordar aquele que entende ter sido o caso de maior sucesso, Joaquim Evangelista destaca um nome. «Foi o do Miguel Garcia [em 2009]. Teve uma lesão grave e afastou-se do futebol, esteve a recuperar e, quando acaba, estava desempregado. Veio treinar connosco, deu nas vistas e o Olhanense contratou-o logo no início da época e em dezembro é transferido para o SC Braga, que nesse ano vai à Liga Europa», recordou.

«Foi um percurso espetacular de alguém que, num momento difícil, podia a coisa não correr tão bem, mesmo com a qualidade dele», destacou o dirigente, assinalando o sucesso dos estágios – 792 colocações em 22 edições – que leva a que a procura seja muita. «É também importante mostrar talento e ter uma montra para o fazer, e o Sindicato serviu para isso. Temos muitos jogadores que vêm aqui fazer apenas a pré-época desportiva, até da primeira Liga, para irem já para os clubes preparados», contou, por fim.

Os presidentes do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, e da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, lado a lado no lançamento do Estágio do Jogador. Foto: Maycon Quiozini.

O incentivo de Pedro Proença

Perante uma plateia composta pelos atletas participantes, grande parte ainda à procura de clube e que trabalharão às ordens de Zé Pedro e Isabel Osório, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, transmitiu palavras de incentivo.

«É um pontapé de saída num projeto que se iniciou há 23 anos para os homens mas que agora inclui as mulheres. Parabéns pela visão e a forma como tens olhado para o futebol português», declarou, dirigindo palavras elogiosas a Joaquim Evangelista.

«O Joaquim tem esta capacidade de olhar em frente – a mulher passou também a ser a centralidade. O Sindicato está a fazer o seu trabalho ao desenvolver o seu plano estratégico para que diversas fases devam acontecer e a Federação está sempre ao seu lado. O futebol feminino é o futuro e as nossas seleções precisam do trabalho do Sindicato e de projetos desta envergadura», afirmou, dirigindo todo o seu apoio ao futebol feminino.

«O futebol feminino está numa fase de crescimento e rendimento. Vamos investir 22 milhões de euros este ano para o desenvolvimento do futebol feminino, é um dos eixos estratégicos que queremos nos próximos anos», frisou Proença.