Duarte Gomes responde a pergunta de A BOLA na conferência de imprensa para fazer o balanço da arbitragem nas 10 primeiras jornadas da Liga

Duarte Gomes fala sobre polémicas na Luz e no Dragão

«O que sentimos quando os nossos árbitros dizem a sua verdade é orgulho», sublinhou o diretor técnico nacional de arbitragem

Sobre as polémicas recentes, e depois de o presidente Luciano Gonçalves ter dito que não há jarras, Duarte Gomes, diretor técnico nacional de arbitragem, foi questionado sobre o que sentiu quando viu no relatório de Fábio Veríssimo tudo o que aconteceu no Dragão, no encontro entre FC Porto e SC Braga, e o que Gustavo Correia escreveu sobre o jogo do Benfica com o Casa Pia. Haverá penalizações?

«O que sentimos quando os nossos árbitros dizem a sua verdade é orgulho. Mas também sentido de cumprimento de missão. Estão obrigados a colocarem nos seus relatórios tudo o que acontece em termos desportivos e extradesportivos, nomeadamente incidentes. Quando o Fábio, o Gustavo, ou qualquer outro árbitro coloca no relatório o que presenciou, sentimos que cumpriu a sua missão. Também sentimos que há coisas que saem da esfera da arbitragem para irem para a esfera disciplinar. A justiça tem os seus prazos e fará seguramente prevalecer a verdade», começou por responder.

Muitas vezes a gestão dos desempenhos nem é para castigar o árbitro, mas sim para protegê-lo da exposição. Um erro tem consequências até familiares para os árbitros, e protegê-lo é o mais sensato

«Em relação à questão da jarra, acho que ficou muito claro que não apenas não falamos em jarras como não mostramos a ninguém que vamos fazer isso. Os primeiros a saber quando vão ser responsabilizados são os próprios árbitros, não a imprensa nem os clubes. Qualquer outra coisa que ouçam, não foi pela via oficial. Os próprios árbitros, muitas vezes, sentem que depois de um jogo mal conseguido, e com visibilidade... Muitas vezes é a visibilidade. Um erro num jogo de 5-0 tem muito menos impacto do que um erro num jogo de resultado incerto até ao último minuto», acrescentou.

«Muitas vezes a gestão dos desempenhos nem é para castigar o árbitro, mas sim para protegê-lo da exposição. Um erro tem consequências até familiares para os árbitros, e protegê-lo é o mais sensato. Mas é importante que se sintam responsabilizados. Quando erramos, temos de assumir as consequências. E não é só a não nomeação. É o fator económico, a auto-estima e o processo classificativo. Quando acharem que os árbitros não são responsabilizados, estão enganados, acreditem. São... E muito», finalizou.