'Cria' do gigante Flamengo deixou o Rio para dar um mergulho olímpico no Mar
«Menino do Rio, calor que provoca arrepio (...)» Assim é o início de uma das (muitas) músicas de alto quilate compostas e cantadas pelo mítico Caetano Veloso.
E é pegando, precisamente, na letra do poeta que voamos do Brasil para Portugal e aterramos em Matosinhos para falarmos do menino do Rio que mergulhou no Mar: Werton de Almeida Rêgo.
O jovem extremo, de apenas 22 anos, é, como dizem do outro lado do Atlântico, uma cria do Flamengo, gigante emblema do Rio de Janeiro onde completou todo o seu processo de formação, e passou a ser, de há duas temporadas a esta parte, um dos grandes destaques do Leixões.
Habituado, desde sempre, a um elevado grau de exigência — nas camadas jovens venceu um título de sub-20 e já enquanto sénior (estreou-se na equipa principal do Mengão em 2021) somou campeonatos cariocas —, Werton chegou a território nacional para acrescentar irreverência ao plantel dos bebés e a verdade é que logo no primeiro ano ao serviço dos matosinhenses deixou um excelente cartão-de-visita: 34 jogos, oito golos e três assistências. A apresentação foi muito nivelada por cima e o canarinho rapidamente caiu no goto da exigente massa associativa leixonense.
Aos números registados, Werton juntou um repertório de bom futebol que alia uma qualidade técnica (bastante) acima da média, uma velocidade que chega a ser estonteante (com e sem bola) e ainda uma precisão de definição no último terço que catapulta qualquer colega de equipa para zonas de finalização. É um extremo absolutamente desconcertante.
Olhando ao lado estratégico do jogo — e ainda que o brasileiro possa desempenhar qualquer posição da frente de ataque —, talvez a ala esquerda seja a zona do terreno que mais potencia a sua explosão. Junto ao corredor, Werton tem espaço para desbravar a largura, seja através de lances de um contra um (em posse), ou através das solicitações em profundidade, sendo que ambos os casos têm, depois, o mesmo denominador comum: a técnica. Werton encontra quase sempre soluções para dar sequência aos lances. Mas e porquê a esquerda se se trata de um destro? Precisamente porque, jogando com pé contrário, tem sempre a tendência para pisar terrenos interiores e ajudar, com esse movimento, a baralhar as organizações defensivas contrárias.
Na presente campanha, o camisola 7 do Leixões já leva dois golos e um passe mortífero em 10 jogos e a tendência é que os registos aumentem jornada após jornada. Porque Werton é diferenciado.
A SAD do Leixões tem em mãos uma autêntica pérola e está devidamente salvaguarda: contrato até 2028. Mas Werton tem (muito) futebol para outros (grandes) palcos...
Sorriso (bem) amarelo
Deu à Cost(inh)a em Paços de Ferreira em 2023/2024 e daí para cá tem carregado a mobília na Capital do Móvel.
O extremo, de 24 anos, assume-se como um indiscutível no emblema pacense e na presente temporada soma três golos numa dezena de partidas. Isto depois dos seis tentos e quatro assistências em 63 jogos nas duas épocas anteriores.
Com formação Torreense, Sporting e Académica, Costinha passou ainda pelo SC Braga B antes de explodir em definitivo nos castores. Nas faixas do ataque está como peixinho na água e tem atributos técnicos para outros patamares.
Voto útil à esquerda
Precisa de um lateral-esquerdo? Dirija-se a Torres Vedras: Javi Vazquez.
Aos 25 anos e a cumprir a segunda temporada no emblema do Oeste, o canhoto está, pode dizer-se, em ponto de rebuçado para dar o salto. Altamente competente a defender (pode jogar numa linha de quatro ou cinco atrás), o camisola 23 do Torreense destaca-se, também, pela projeção ofensiva, dando muita vida ao flanco.
Depois dos 36 jogos, quatro golos e seis assistências em 2024/2025, já leva um tento e cinco passes de morte esta época. É um dos melhores da Liga 2 na sua posição. E vai dar mais...
Rosa(s) sem espinhos
Continuamos encostados à esquerda. Mas desta feita a pensar no Felgueiras. E mais concretamente em Pedro Rosas. Está feito um senhor lateral!
Nascido para o futebol no Feirense, o (agora) capitão dos durienses também passou por Vitória de Guimarães (sub-23), Gondomar e Real Massamá antes de pegar de estaca nos felgueirenses.
Além de conhecer bem os terrenos que pisa também faz uso da sua altura (1,89 metros) para fechar por dentro e jogar, se necessário, como central. No corredor não pede licença para subir e aporta também muito nas bolas paradas. Está com 24 anos e a pedir... o salto.