Ex-Presidente do Benfica garantiu que o clube ultrapassou normalmente os problemas financeiros, ao contrário do que diz o atual

Contas do Benfica aquecem os ânimos no debate

Luís Filipe Vieira, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho apostam no aumento da dívida para reestruturar situação financeira do clube. Rui Costa «estranhou» chumbo de último relatório e contas, enquanto Manteigas e Noronha Lopes destacaram importância de redução de custos

Luís Filipe Vieira frisou que o Benfica não pode «reduzir» custo e traçou plano para potenciar investimento. O plano do antigo presidente das águias para a sustentabilidade financeira das águias deu o pontapé de saída numa discussão dos candidatos sobre a dívida do clube: «O que é importante é estabilizar o Benfica financeiramente, passar toda a divida para longo prazo, arranjar financiamento e dilui-lo ao longo do tempo. Temos alinhavado um empréstimo de 200 milhões de euros. Precisamos de dinheiro para investir, se o Benfica ganhar passam todos os problemas.»

O antigo presidente das águias frisou que «reduzir custos não vale a pena». Cristóvão Carvalho também defendeu a necessidade de potenciar o investimento e antecipou metas ambiciosas para as receitas encarnadas: «Os números do Benfica não são bons e temos de trabalhar nisso. O meu objetivo é elevar as receitas para €450M em 4 anos e €700M em 8. Este processo leva tempo. Aqui concordo com Luís Filipe Vieira: sem dinheiro não resolvemos o problema, mas €200M não chegam.»

Já Martim Mayer reforçou a necessidade de «resolver 70 milhões de euros em prejuízo recorrentes» e defendeu que «a dívida não é um problema». O candidato da lista B considerou que o Benfica está «descontrolado financeiramente», antes de visar três candidatos. «Noronha Lopes esconde-se atrás da credibilidade que vai trazer, e estes senhores, o Cristóvão acha que deve individar o clube, mas não explica o que vai dar em troca. Manteigas limita-se a trazer um conjunto de conceitos que nada têm que ver com a gestão financeira que o clube precisa e que efetivamente passa pela proposta que acabei de apresentar», frisou.

João Diogo Manteigas lamentou a subida do passivo em paralelo com a conquista de apenas quatro títulos no futebol masculino em quatro anos. «O problema aqui é: uma liga, duas supertaças e uma taça da liga. Significa que o investimento financeiro não resultou, que continuamos dependente de receitas extraordinárias com vendas de jogadores e entradas na Champions, e se falha uma entrada temos de um problema de 70 milhões de euros. Não podemos hipotecar o sucesso desportivo», frisou.

João Noronha Lopes criticou a gestão financeira de Rui Costa, recorrendo ao histórico de CFOs do Benfica nos últimos quatro anos: «Com todo o respeito que tenho com Rui Costa, pergunto como é possível ter quatro responsáveis financeiros em quatro anos. Os sócios perguntam 'para que é que isto serviu'? Para zero, Rui Costa. Tem que haver rigor financeiro, temos de equilibrar as receitas e despesas correntes. Tal como José Theotónio disse anteriormente, mais quatro anos disto e ficamos numa situação complicada.»

Rui Costa respondeu aos candidatos sobre a questão financeira, salientando os progressos realizados nos últimos quatro anos: «Se contabilizarmos a dívida do Benfica em 2020/21, antes da minha entrada, tínhamos uma dívida total de 247 milhões de euros, agora é de 241,5, portanto baixou e não aumentou. Tivemos aumento de receita de 11% ao ano e queremos chegar aos 500 milhões de receita. O que é estranho é chumbar um exercício de 30 milhões de euros ao Benfica

Pode acompanhar o debate entre candidatos à presidência do Benfica aqui.