Reinaldo Teixeira, presidente da Liga, na 16.ª cimeira dos Presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional realizada esta manhã na sede da Liga Portugal, no Porto - Foto: FERNANDO VELUDO/LUSA
Reinaldo Teixeira, presidente da Liga, na 16.ª cimeira dos Presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional realizada esta manhã na sede da Liga Portugal, no Porto - Foto: FERNANDO VELUDO/LUSA

Cimeira longa, mas «muito agradável»

Presidentes estiveram mais de cinco horas fechados a debater o futuro do futebol português. Presidente da Liga, Reinaldo Teixeira, é um homem grato

Decorreu, esta quinta-feira, a 16.ª Cimeira de Presidentes, apenas com a ausência do Arouca. A sessão, na sede da Liga Portugal, no Porto, arrancou pouco depois da hora agendada (10h) e prolongou-se até quase às 16h - com direito a apenas uma pausa para almoço.

A chave de distribuição dos direitos audiovisuais, os quadros competitivos e as infraestruturas desportivas foram os três temas centrais da reunião, com o primeiro (o mais sensível) a ocupar toda a manhã.

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Direitos televisivos: sinais de concordância

Sobre o grande ponto dos direitos audiovisuais, o presidente da Liga disse, no final, aos jornalistas, que nada ficou decidido: «Hoje não era dia para decisões, foi dia para partilhar e ouvir ideias, trabalhos, para ouvirmos o feedback dos clubes, para depois trabalharmos para tomar uma decisão na Assembleia Geral.»

Ainda assim, garantiu que houve sinais de concordância: «Todas as equipas querem desenhar um processo em que todas ganhem. Cabe-nos trabalhar para que consigamos chegar a esse entendimento, para que em sede de Assembleia ela seja aprovada com a maior concordância. Até lá e mesmo depois, tem de ser feito muito trabalho para conseguirmos atrair o resto do mundo para conhecer o resto das competições.»

«Vamos trabalhar em conjunto para que os clubes ganhem todos o máximo possível. Tudo faremos para conseguir valorizar as competições e atrair interessados na altura do leilão», acrescentou.

Modelos competitivos sem Varandas

A segunda parte da cimeira, já durante a tarde, arrancou sem o presidente do Sporting, Frederico Varandas, que não pôde ficar até ao fim devido a «motivos inadiáveis». Patrícia Silva Lopes ficou a representar os leões.

Sobre o tópico dos modelos competitivos, Reinaldo Teixeira detalhou que foi apresentado um estudo sobre as três competições da Liga (Liga, Liga 2 e Taça da Liga), «cuja base principal é que se consiga uma Taça da Liga para todas as equipas».

«É um tema que está em análise, vai descer ao grupo de trabalho e, depois, iremos apresentar as suas conclusões, oportunamente. Só vamos mexer nos modelos competitivos, se sentirmos que há mais valias para isso», garantiu.

Houve ainda tempo para abordar o tema das infraestruturas desportivas, com a apresentação de novos requisitos que visam melhorar a qualidade dos estádios.

Reinaldo Teixeira é um homem grato

No final, Reinaldo Teixeira assinalou a colaboração de todos os clubes. Como já tinha adiantado A BOLA, o debate foi longo e frontal. Ainda assim, apesar das já expectáveis e naturais discordâncias, houve elevação e tranquilidade em todos os momentos.

«Foi uma Cimeira muito agradável. Foi a Cimeira com mais tempo de duração. O ambiente foi muito cooperante, nos três temas abordados. Foi tudo participado com grande cordialidade, grande espírito de cooperação e compromisso com os temas em discussão», disse o líder da Liga.

«Cabe-me reconhecer e agradecer a colaboração das sociedades desportivas, durante estes setes meses desde que cá estamos [nova direção da Liga]. Todas elas reconheceram o trabalho apresentado pelo Liga. Todas elas, mesmo algumas que não votaram em mim, reconheceram o trabalho realizado», acrescentou, aproveitando para agradecer às sociedades desportivas presentes.

Reinaldo Teixeira concluiu afirmando que este foi um dia que contrastou «com o que, muitas vezes, passa para fora, de que há um clima crispação com os clubes».

«Aquilo que senti hoje foi uma vontade enorme em fazer aquilo que se pensava difícil de fazer», rematou.

Arbitragens e a ameaça de greve

O presidente da Liga também foi questionado sobre a ameaça da APAF com «paragem total» dos árbitros feita esta quarta-feira, esclarecendo que esse tema não foi chamado à Cimeira: «Tratámos apenas dos três temas previstos. 0 de arbitragem. Esse tema foi tratado no seu devido tempo, com uma conversa que tivemos com a APAF no dia 12 de novembro, em diálogos posteriores e no comunicado de ontem.»

«Não é estranho os clubes não terem abordado o tema. Prova que se reviram no nosso comunicado, que é claro no seu histórico e posição. A arbitragem não é tema, neste momento. Tenho o maior respeito e consideração por essa classe (...) e a relação desta casa com as arbitragens é a melhor.»