Brian Pullman trabalhou no Chelsea durante 56 anos antes de se reformar em 2024, mas marcou presença na sala de imprensa para matar saudades de Mourinho e não deixar cair uma tradição

Benfica: Mourinho mais confiante e mais otimista

Treinador diz que não se alimenta de derrotas mas deixou Inglaterra com um «sentimento positivo». Partilhou mensagem que transmitiu aos jogadores antes do clássico. Mas ainda tem dúvida que o corrói

LONDRES — Ainda no relvado de Stamford Bridge, com benfiquistas nas bancadas, José Mourinho, em conversa com os antigos internacionais ingleses Joe Cole, com quem trabalhou no Chelsea, e Owen Hargreaves, abriu o coração sobre o momento da equipa, depois de mais uma derrota para a Liga dos Campeões e na antecâmara de dois jogos fora com FC Porto e Newcastle. O treinador, de 62 anos, percebeu-se, já começou a preparar os jogadores para o clássico com o FC Porto, domingo, no Dragão.

A conversa com Joe Cole e Hargreaves foi transmitida para o público inglês, mas Mourinho falou mais do momento atual que vive na Luz. Os agora comentadores gostaram do que viram do Benfica, apesar da derrota, o special one também gostou e explicou porquê.

«Jogámos quatro jogos, sempre com dois dias de intervalo. Nunca treinei, só recuperámos entre jogos. Um das minhas forças é treinar em campo. Não temos tempo. Quando uma equipa muda de treinador, no início da época, é porque as coisas não estão boas. Acabei de dizer-lhes que uma derrota é sempre uma derrota, mas há derrotas e derrotas. E esta tem de ser uma base para eles, porque fizeram uma exibição estável, não tivemos muitos problemas e poderíamos ter conseguido um empate que seria positivo», começou por dizer à TNT Sports.

Eleições complicam

Mourinho valorizou mais o desempenho da equipa, tendo em conta o contexto eleitoral. «Há algumas dificuldades, um período de grande pressão para os jogadores, de eleições, com cinco [seis] candidatos. É como uma campanha política e os jogadores não podem escapar disso. Eles sentem essa pressão em Portugal», disse.

«Faltou o golo. Esta equipa está a ganhar confiança, mas, claro, poderíamos ter perdido o equilíbrio e o controlo emocional, pensar que não estávamos bem, querer mudar e destruir tudo. Os jogadores mantiveram-se equilibrados, fizeram o jogo deles, tentámos, não foi suficiente. Mas, para um treinador que chegou há dez dias, é um sentimento positivo», prosseguiu o treinador, que alertou para a dificuldade que ainda sente em mexer no jogo: «[Com as substituições] dei nova energia. Mas tem qualidade suficiente? A mesma qualidade daqueles que tiro da equipa? Isso cria-me alguma dúvida.»

Mourinho sente a equipa a «ganhar mais confiança», num ciclo complicado — jogos fora seguidos contra FC Porto, Chaves e Newcastle. «É o que é, mas estava a dizer aos rapazes que o Chelsea é melhor que o FC Porto. Se conseguimos chegar aqui e jogar desta maneira temos de estar otimistas», disparou, numa mensagem forte para o balneário (e para fora dele) antes da visita ao Dragão.

Mensagem de Florentino Pérez

Em declarações à Movistar Plus+, o treinador revelou que recebeu mensagem especial de Florentino Pérez, presidente do Real Madrid.

«Estava tranquilo em casa depois do Fenerbahçe, sem pensar que seria Portugal ou o Benfica. Aceitei ir para o Benfica porque era o Benfica. Florentino Pérez enviou-me uma mensagem a dizer: 'Estou muito contente porque regressaste a um clube do teu nível'», contou Mourinho.