Benfica: como é que Mourinho foi para Leiria? E quanto foi ganhar? Há quem saiba tudo...
O batismo tinha sido no Benfica, o passo seguinte foi dado na UD Leiria. José Mourinho deixou Lisboa e rumou à cidade do Lis, sendo uma aposta pessoal de João Bartolomeu, à época presidente do emblema unionista.
Agora, quase duas décadas e meia depois, o histórico líder dos leirienses recorda a história da contratação a A BOLA.
«Lembrei-me do nome dele porque eu gostava de treinadores em início de carreira. Vi dois treinos no Benfica e era aquilo que eu queria. Métodos muito modernos para altura, com muita bola, e era isso que eu queria. Depois deu no sucesso que deu, tanto em Leiria como nos outros clubes», começou por dizer João Bartolomeu.
E como foi o contrato de Mourinho? «Eu tinha um plafond para todos os treinadores e ele aceitou. Ele queria trazer o Mozer e eu disse que não. Veio ganhar 5.000 euros por mês, que era o valor que eu dava a todos os treinadores, tal como o Jorge Jesus. Fez a equipa técnica e tudo se resolveu. Trouxe-o para Leiria porque vi nele uma coisa diferente: a vontade de ser um grande treinador. Ele queria ser grande. Era, foi e será, Fez um estágio espetacular, nunca tinha visto uma coisa assim na minha vida. Os jogadores gostavam muito dele, mesmo os que depois não jogavam tanto», confidencia.
O palco em Leiria garantiu a Mourinho a viagem para o Porto e Bartolomeu conta o episódio: «O Mourinho saiu a custo zero da UD Leiria para o FC Porto. Não recebemos um euro. Éramos um clube humilde e tivemos de aceitar. A forma extraordinária de negociar do senhor Pinto da Costa foi decisiva. O contrato ficou fechado em Fátima. Quando fomos para a Mealhada foi só show off.»
O presente e o futuro do Special One neste regresso ao Benfica são projetados com enorme ambição: «Perspetivo que vá revolucionar o futebol do Benfica. É respeitado em todo o mundo, é um líder e isso vai ser muito importante no balneário do Benfica. Com Mourinho o Benfica ficará mais próximo de ser campeão, não tenho dúvidas nenhumas. O plantel é muito bom e tem de ser aproveitado, com um futebol ofensivo», concluiu João Bartolomeu, um dos dirigentes mais icónicos do futebol português.