Bayern bebeu champanhe e vestiu fato-macaco no 'assalto' a Paris
Os currículos de Bayern e PSG antecipavam um duelo emocionante no Parque dos Príncipes e as duas equipas não desiludiram. Os bávaros venceram por 2-1 e prolongaram um registo impressionante no panorama europeu, mas não se livraram de sofrer.
O Bayern entrou com a missão bem definida para anular as valências parisienses. A pressão dos comandados de Kompany sufocou a primeira fase de construção adversária e espoletou inúmeros erros, nomeadamente do capitão Marquinhos, em noite francamente desinspirada.
O primeiro erro capital, ainda assim, pertenceu ao outro defesa central. Pacho falhou o passe e encontrou Kimmich que iniciou uma rápida e eficaz transição ofensiva. Gnabry, com um toque sublime de calcanhar, isolou Olise que, na cara de Chevalier, perdeu o duelo para o guarda-redes francês.
Luis Díaz, na recarga, não teve a mesma displicência do inglês e só precisou de escolher para que lado queria marcar e inaugurar o marcador. Nuno Mendes e Hakimi mascaravam uma noite desinspirada da defesa parisiense, que sofria para ultrapassar uma linha de pressão composta por cinco elementos bávaros.
Ainda assim, uma vez ultrapassada a pressão a campo inteiro bávara, Kvaratskhelia e Barcola tinham espaço para correr e aparecer na partida. Numa dessas raras incursões, o extremo francês encontrou Fabián Ruiz que rematou em voléi ao segundo poste. Dembélé desviou o remate do espanhol de forma quase inusitada com o peito para dentro da baliza de Neuer.
O Bola de Ouro ainda festejou o golo, mas apenas por breves segundos. O VAR alertou a equipa de arbitragem de que o extremo francês estava em posição irregular e espoletou a anulação do golo.
Dembélé, visivelmente limitado, foi substituído pouco tempo depois por Kang-In Lee e seguiu diretamente para os balneários do Parque dos Príncipes. Cinco jogos depois, o Bola de Ouro voltou a cair.
O Bayern aproveitou o desnorte parisiense e ficou a centímetros de voltar a ser feliz. Tah lançou Gnabry na profundidade com um passe delicioso, mas o internacional germânico deslumbrou-se na cara de Chevalier.
Num jogo de parada e resposta, Barcola testou a atenção de Neuer pela primeira vez e, segundos depois, na outra extremidade do relvado, Gnabry rematou cruzado aos dois postes da baliza de Chevalier, aos 31'.
Cheirava a golo e Luis Díaz transformou as sensações em certezas aos 32'. Marquinhos ganhou um duelo a Harry Kane, quis descansar e ler o jogo com a bola controlada, mas acabou por perder a concentração e o esférico para o ex-FC Porto que aumentou a vantagem bávara.
Díaz voltou a precisar de escolher apenas para onde rematar para cimentar o estatuto de homem do jogo. Esta foi mesmo a noite do extremo colombiano... para o bem e para o mal. A poucos segundos do intervalo, o antigo jogador do FC Porto entrou em tesoura nas pernas de Hakimi e deixou o lateral marroquino em lágrimas.
Maurizio Mariani mostrou inicialmente cartão amarelo a Díaz, mas, após visionar as imagens corrigiu a decisão e expulsou-o. Após uma primeira parte com dois golos legais, um anulado, duas substituições forçadas e uma expulsão, a segunda começou numa toada mais morna, sem grandes oportunidades para cada lado.
O Bayern adotou uma posição mais expectante, assente em arrancadas pelos corredores para contrariar a circulação parisiense. A estratégia bávara estava a resultar na perfeição... até à entrada de João Neves. O médio luso foi colocado em campo por Luis Enrique aos 66' e precisou de pouco tempo para influenciar o rumo dos acontecimentos.
Já depois de Vitinha aquecer as mãos a Neuer, João Neves apareceu ao segundo poste para mostrar que o caminho parisiense para o golo passava por Portugal. Kang-In Lee desenhou um cruzamento com a medida exata do médio luso que, com um remate acrobático, reduziu a desvantagem do PSG.
O golo de João Neves espoletou uma avalanche ofensiva do PSG que Neuer controlou. O veterano guardião germânico tirou a capa de herói das costas de Zaire-Emery graças a uma mancha decisiva, aos 79'.
Quando não era o guarda-redes de 39 anos a evitar o empate, a falta de pontaria atraiçoava o PSG. Kang-In Lee desenhou o bis do médio luso, mas o cabeceamento saiu ligeiramente ao lado.
As substituições operadas por Luis Enrique refrescaram a partida, mas não foram suficientes para resgatar um ponto de um jogo louco. O Bayern mostrou que é possível praticar futebol champanhe e vestir fato-macaco no mesmo jogo e conquistou a 16.ª vitória em outros tantos jogos disputados esta época.
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