Banquete foi de excelência, mas 'negado' a convidados (crónica)
Seis jogos, quatro empates, duas derrotas, três golos marcados e seis sofridos. Até esta ronda, era este o pecúlio do Estrela da Amadora na presente edição do campeonato.
O arranque não foi, de facto, famoso e os maus resultados levaram, inclusivamente, à saída de José Faria. Luís Silva ficou encarregue da transição - já tinha orientado a equipa na ronda anterior, no terreno do Tondela (0-0), e terá feito, agora, a despedida do cargo, uma vez que nos próximos dias chegará à Reboleira um novo técnico ((João Nuno?...) - e conseguiu, enfim, devolver os sorrisos aos amadorenses.
E para uma verdadeira festa nada melhor do que um... banquete: ao triunfo incontestável, os tricolores juntaram uma exibição extremamente competente, com vários momentos de qualidade acima da média, e, acima de tudo, um acerto na finalização que ainda não se tinha visto em 2025/2026. Basta dizer que a equipa da Amadora apontou neste jogo tantos golos quantos tinha conseguido nas seis partidas anteriores.
Kikas deu o primeiro aviso logo aos 12 minutos, ao falhar por milímetros um cruzamento perfeito de Sidny Cabral (bela exibição do internacional cabo-verdiano!), mas não perdoou pouco depois: superiormente servido por Abraham Marcus, o ponta de lança encarou Simão Bertelli e atirou a contar.
Ainda alguns adeptos comemoravam e já a vantagem era dobrada. Sidny Cabral distribuiu mais um presente e, desta feita, Ianis Stoica desfez o laço. Tudo simples.
O repasto estava altamente saboroso para os da casa, mas a primeira parte não terminaria sem a sobremesa: Sidny Cabral (já tínhamos falado dele?) voltou a assumir protagonismo à direita e Kikas (o nome parece-lhe familiar?), na pequena área e completamente sozinho (!), disse que sim à bola, cabeceando para o 3-0.
Os primeiros 45 minutos da estreia de João Pedro Sousa ao leme dos avenses foram para esquecer - ou para recordar...
A etapa complementar foi como que um... sunset. Com a festa feita e os convidados a despedirem-se, sobraram os resistentes. O Estrela tinha feito por merecer a felicidade, o Aves não conseguiu efetivar uma reação concreta.
Além da barriga cheia, na Amadora respira-se agora (muito) melhor. Já na Vila das Aves continua o jejum de vitórias (um empate e seis derrotas) e João Pedro Sousa tem imenso trabalho pela frente para tirar os nortenhos da crise
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora:
Renan Ribeiro (6), Luan Patrick (5), Bernardo Schappo (6), Atanas Chernev (5), Sidny Cabral (8), Paulo Moreira (6), Jorge Meireles (6), Guilherme Montóia (6), Abraham Marcus (7), Kikas (8), Ianis Stoica (7), Oumar Ngom (4), Rodrigo Pinho (5), Jefferson Encada (-), Issiar Drame (-) e Alex Sola (-).
As notas dos jogadores do Aves SAD:
Simão Bertelli (5), Diogo Spencer (5), Cristian Devenish (4), Paulo Vítor (4), Kiki Afonso (5), Ángel Algobia (4), Jaume Grau (5), Babatunde Akinsola (5), Pedro Lima (5), Rafael Barbosa (6), Tomané (6), Sidi Bane (5), Gustavo Mendonça (5), Leonardo Rivas (5), Diego Duarte (5) e Tiago Galletto (5).
As reações dos treinadores:
Luís Silva (Estrela da Amadora)
Gostaria de dedicar esta vitória aos nossos adeptos e, em particular, a uma adepta, a Paula Coelho, que teve um problema de saúde. Estamos satisfeitos com o triunfo, era algo que nos estava a escapar e que noutros jogos já podíamos ter conseguido. E fizemo-lo de uma forma categórica. Não gosto muito de individualizar e prefiro valorizar o coletivo. A equipa apresentou-se em bom plano e isso deve-se ao trabalho que desenvolvemos durante a semana. Era um jogo importante e para ganhar, sendo que hoje conseguimos conciliar as duas coisas, ou seja, ganhámos e jogámos bem. Fomos superiores e em muitos momentos tivemos o brilho que às vezes nos fugia. O meu futuro? Pensámos no jogo de hoje, em conseguir os três pontos para os estrelistas, e agora é tempo de desfrutar.
João Pedro Sousa (Aves SAD)
A minha grande preocupação era a entrada no jogo e a forma como a equipa iria reagir ao momento, aos últimos resultados e ao último lugar. Percebi que a equipa, com o tempo, foi reagindo bem. Conseguimos chegar perto da área do adversário, explorámos espaços que trabalhámos, mas em zonas de finalização fomos uma equipa muito inofensiva. Temos de melhorar esse aspeto. Depois, com na altura dos golos, não conseguimos resolver as questões, demos espaços e não conseguimos proteger as costas. Os três golos surgem de situações de ataque à profundidade. Foi duro chegar ao intervalo com uma desvantagem de três golos, mas fomos com ambição para a segunda parte. Tentámos marcar um golo para lutarmos pelo melhor resultado, mas, infelizmente, não conseguimos. Estamos prontos para trabalhar e para virar as coisas para o nosso lado.