Avançada do Benfica critica: «Alguns relvados aqui não são bons»
Caroline Moller acumula uma década de experiência nos grandes palcos do futebol europeu, ao serviço do Fortuna Hjorrig (Dinamarca), Inter e Real Madrid. Ao fim de quatro temporadas ao serviço das merengues, a ponta de lança dinamarquesa aterrou em Lisboa para reforçar o ataque do Benfica.
Moller admitiu, em entrevista à BTV, as dificuldades iniciais de adaptação a uma nova realidade, dentro e fora de campo: «Agora sinto-me muito confortável aqui e estou feliz por poder jogar muito. Sinto que, no geral, temos um grupo muito bom, e que podemos fazer grandes coisas juntas como equipa. Sinceramente, estou entusiasmada para ver o que podemos fazer como equipa.»
A avançada dinamarquesa frisou o objetivo de «vencer o campeonato», «lutar pelas outras duas taças» e competir na UEFA Women's Champions League. «Não tivemos os resultados pretendidos com o Arsenal e com a Juventus, mas penso que estivemos bem», admitiu.
Moller saúdou a recetividade do balneário a receber elementos novos, mas admitiu que a língua é uma barreira: «Ainda tenho um pouco de dificuldade com o meu português, mas felizmente elas entendem o meu espanhol. Se for ao contrário, eu não as entendo bem, mas todas falam inglês. Foram todas muito gentis e prestáveis, e ajudaram a que me integrasse.» A avançada de 26 anos marcou um golo nos oito jogos que já disputou esta época.
A dicotomia que encontrou no futebol português
Os avanços estruturais encontrados no Real Madrid e na Liga F precipitaram um choque de realidade na transição para o futebol português. Moller considera que «o Benfica é uma das equipas de topo» e desfaz-se em elogios às condições das infraestruturas das águias.
Em sentido contrário, a avançada dinamarquesa lamentou a falta de condições de alguns campos que encontrou no futebol português: «Alguns relvados aqui não são bons. É uma pena, porque muitas das jogadoras aqui têm nível e conseguem praticar bom futebol. Quando as condições não estão lá para se jogar...»
Caroline Moller destacou a dimensão do clube da Luz, tanto no masculino, como no feminino, refletida na história do clube e no Estádio da Luz. A avançada dinamarquesa teve dificuldades para descrever o que sentiu ao subir ao relvado do recinto dos encarnados diante do Arsenal (0-2): «É difícil de explicar. Quem vê futebol sabe que este é um dos estádios mais icónicos da Europa. Foi uma grande experiência. Já lá tinha estado, mas pisar o relvado e jogar foi muito bom.»
A avançada dinamarquesa contou que já tinha visitado a Luz para apoiar Casper Tengstedt, avançado do Benfica entre janeiro de 2023 e junho de 2024: «Fui visitá-lo uma vez com um amigo.»
Moller explicou que decidiu rumar ao Benfica, depois de uma temporada em que acumulou menos tempo de jogo em Madrid. Ainda assim, a avançada falou de forma nostálgica da passagem pelas merengues: «Adorei cada minuto. O Real Madrid é um clube especial, e para mim também. Aproveitei os meus 4 anos em Madrid, mas também sabia que um dia era hora de tentar algo diferente.»