Presidente do FC Porto esteve presente na Cidade do Futebol para a homenagem a Diogo Jota, André Silva e Jorge Costa

André Villas-Boas emocionado: «Era a representação de um líder perfeito»

Presidente do FC Porto muito emocionado no momento de homenagem do amigo Jorge Costa, e dos irmãos Diogo Jota e André Silva

Sentado na primeira fila, ao lado dos filhos de Jorge Costa, André Villas-Boas preparou-se para a homenagem a Jorge Costa, Diogo Jota e André Silva. Na Cidade do Futebol o presidente do FC Porto quis honrar a memória dos três que vestiram de azul-e-branco e agradeceu à Federação Portuguesa de Futebol pelo momento de condecoração.

«Estas homenagens dignificam os homens, os atletas e os seus familiares que ficam aqui entre nós e que se comovem com este momento. É uma homenagem justa, digna, da Federação Portuguesa do Futebol, por tudo o que estes atletas fizeram pela Seleção portuguesa, no nosso caso o Jorge Costa pelo FC Porto, o Diogo Jota no ano em que passou no FC Porto e o André Silva, pelos anos na formação que passou no clube. Só tenho palavras de agradecimento à FPF por este gesto e espero que a família se sinta mais em proximidade com o Diogo, com o André, com o Jorge, com momentos como este», disse André Villas-Boas, prosseguindo: «Tinham diferentes personalidades, mas ambas carismáticas. O Jorge tinha evidentemente mais proximidade com ele, pessoal e profissional, e era a representação de um líder perfeito e de um defensor dos grandes valores do FC Porto, da sua mística. É alguém muito especial para mim que nunca me abandonou, esteve sempre ao meu lado em todos os momentos, principalmente neste que foi o meu primeiro ano de presidência, onde ele foi um herói sempre ao meu lado e é um herói para os seus familiares, esteve sempre ao lado deles. Era uma pessoa com um timbre de voz muito especial, muito acarinhado por todo, uma presença que enchia balneários, espaços físicos, não só quando liderava, mas apenas estando presente. A sua presença física deixa-nos, mas estamos todos imbuídos do seu espírito, não só no FC Porto, mas também aqui na Federação Portuguesa de Futebol por tudo o que ele fez por Portugal. O Diogo recordo-o apenas umas pequenas conversas que tive com ele. Um homem de uma simplicidade e de um sorriso fulminante que contagiava todos, uma família fantástica e humilde também. Deixa muitas memórias de uma pessoa que emocionava todos pela sua simplicidade e pelo seu modo de estar. Com o FC Porto instituiu algo que lhe era muito especial, foi os eSports. Era um campeão de eSports e estamos muito orgulhosos de perpetuar no tempo a sua memória através da Luna, que representou o FC Porto e a sua equipa. Agora a Rute assume as coordenadas da Luna e honrará a memória do Diogo Jota para sempre, não só com o FC Porto, mas também na Seleção Nacional.»

Era um campeão de eSports e estamos muito orgulhosos de perpetuar no tempo a sua memória através da Luna, que representou o FC Porto e a sua equipa. Agora a Rute assume as coordenadas da Luna e honrará a memória do Diogo Jota para sempre,

André Villas-Boas foi ficando cada vez mais emocionado à medida que foi partilhando o que lhe ia na alma sobre Jorge Costa, o amigo de todas as horas: «Todos os momentos que eu vivi com o Jorge são momentos intensos, porque têm a ver com a preparação de uma candidatura, que já lá vai, que me trouxe à presidência do FC Porto. Há muita gente que me agradece o facto de eu ter trazido o Jorge Costa de volta ao FC Porto, e eu refuto tudo isso. O Jorge esteve sempre presente no FC Porto, está sempre presente, é um grande líder do FC Porto e uma pessoa de referência, portanto nunca partiu. Eu apenas fui a continuidade da sua presença neste projeto que arrancou o ano passado. Foi um ano difícil, evidentemente pelos resultados da época passada, e é nos momentos de dificuldade que se vê onde estão os grandes homens. Ao meu lado estava um grande homem, que não me abandonou, e que também não abandonou os seus profissionais de futebol, a equipa, o balneário, e que acreditou que isto não era um sprint, mas sim maratona. Neste momento encontramo-nos todos rejuvenescidos e num espírito que, sabendo de antemão que faltam mais 30 jornadas pela frente, gostávamos muito de homenagear o Jorge com a conquista do título de campeão nacional. Claro que é tudo muito prematuro, é tudo muito cedo e preferíamos não usar a sua memória como força para ganhar um campeonato… Ele faz-nos muita falta.»

Neste momento encontramo-nos todos rejuvenescidos e num espírito que, sabendo de antemão que faltam mais 30 jornadas pela frente, gostávamos muito de homenagear o Jorge com a conquista do título de campeão nacional

Controlando as lágrimas pela perda trágica do amigo, o presidente dos dragões tenta agora encontrar forças no desejo de vencer (também) em memória do Bicho: «O Jorge partiu de uma forma muito trágica, comovente, mas inspiradora ao mesmo tempo, portanto o seu legado será para sempre eternizado. Dá-nos muita força interior e queremos muito honrar a sua memória. O FC Porto perdeu não só o Jorge, mas perdeu o Jorge Nuno Pinto da Costa, portanto foi um ano muito complicado para todos os adeptos, toda a família portista, e eles são uma força. Ainda falta muito tempo, muitas batalhas, mas não há dúvida que o espírito de ambos está presente e queremos muito honrar os dois… O Jorge deixou-nos de uma forma trágica no Olival a trabalhar, o presidente Pinto da Costa de igual modo também, porque nunca deixou o seu gabinete do Estádio do Dragão. Esteve sempre presente, está sempre presente, é uma figura única do desporto português e iremos tentar honrar a sua memória com essa conquista.»

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O Jorge teve um papel fundamental e é nesta força interior que carregamos agora que ele está presente e queremos que assim seja até o fim do campeonato.

Jorge Costa teve um papel fundamental na escolha do plantel desta época e também por isso André Villas-Boas quer concretizar em conquista a crença que ambos tinham enquanto preparavam a época 2025/2026 dos dragões: «Ele fez parte da transformação, detetou muito talento, ajudou-nos a escolher e a afinar o que seria a equipa deste ano. Teve um papel fundamental, também neste rejuvenescer de uma nova forma de acreditar. Nós vimos muitos atletas este ano a fazer a sua autocrítica, a reconhecerem onde é que erraram, onde é que teriam de evoluir. Nós também o fizemos, por parte da direção, do presidente, dos diretores que lideravam o futebol profissional. O Jorge Costa era um deles, portanto tudo isto foi uma autocrítica muito forte e encaramos este espírito de missão como uma renovação do futebol. O Jorge teve um papel fundamental e é nesta força interior que carregamos agora que ele está presente e queremos que assim seja até o fim do campeonato.»