Bracarenses não vencem para a Liga há cinco jogos consecutivos e, após derrota caseira com o Nacional, apoiantes assobiaram a equipa

Ai Jesus, que esta dor de cabeça não passa (crónica)

Na ressaca da estreia na Liga Europa com um triunfo, os minhotos voltaram a escorregar no campeonato; madeirenses estiveram consistentes, marcando nos instantes iniciais e segurando bem a vantagem; arsenalistas estão há cinco jornadas sem vencer

O mau momento do SC Braga na Liga continua e são já cinco jornadas consecutivas sem vencer. Uma ressaca europeia medonha que resultou numa derrota caseira, por 1-0, perante um Nacional muito consistente e atrevido.

Os insulares colocaram-se em vantagem logo ao minuto 5, com um golo de Jesús Ramírez. José Gomes a subir bem pela ala esquerda, correspondendo a um passe de enorme qualidade de Paulinho Bóia, a cruzar e o ponta de lança venezuelano a inaugurar o marcador. Sem qualquer tipo de inibição, os visitantes voltaram à carga e Zé Vítor tentou a sorte de longe, com a bola a sair um pouco por cima da baliza à guarda de Hornicek.

A resposta bracarense foi muito tímida, sendo que apenas tentou alvejar a baliza do estreante Kaique, ao minuto 31, mas o remate de João Moutinho saiu por cima. De seguida, novamente o Nacional a aproximar-se da área contrária, com Pablo Ruan a surgir em boa posição, porém a tentativa foi fraca e fácil para o guardião minhoto agarrar.

Antes do intervalo, os arsenalistas ficaram muito perto do empate. Excelente jogada de entendimento entre Rodrigo Zalazar e Ricardo Horta (quem mais poderia ser), com o capitão a finalizar, mas a bola foi ao poste e percorreu a linha de golo até sair. Um lance que deu clara sensação de golo que até enganou o responsável do sistema sonoro que colocou a habitual música de festejo na Pedreira.

Claramente insatisfeito, Carlos Vicens realizou três alterações para o segundo tempo, colocando Gabri Martínez, Diego Rodrigues e Gorby. O extremo espanhol teve logo uma aceleração pelo flanco esquerdo, mas definiu mal o último passe quando já estava em zona perigosa.

No entanto foi apenas um fogacho, pois apesar de ter mais bola o SC Braga não foi capaz de colocar a defensiva madeirense em sentido. Aliás, do outro lado foram surgindo lances de contra-ataque e o guarda-redes checo teve de mostrar atenção num par de remates. Tudo isto foi aumentando a impaciência nas bancadas, com os adeptos bracarenses a reagirem às más decisões tomadas dentro de campo e também às substituições efetuadas pelo técnico.

O Nacional podia ter aumentado a vantagem numa saída rápida para o ataque, conduzida por José Gomes que serviu Witi, mas este primeiro rematou para defesa de Hornicek e depois, com a baliza aberta, atirou ao poste.

No final, o coro de assobios foi ensurdecedor e voltaram os lenços brancos para o treinador nas bancadas da Pedreira.

As notas dos jogadores do Nacional: Kaique (5), Ulisses Rocha (6), Leo Santos (6), Zé Vítor (6), João Aurélio (6), Chilheb Laabidi (5), Liziero (6), José Gomes (7), Pablo Ruan (5), Jesús Ramírez (7), Paulinho Bóia (6), Witi (5), Filipe Soares (5), Martim Watts (-), Francisco Gonçalves (-) e Lucas João (-).

Melhor em campo: Jesús Ramírez (nota 7)
O avançado venezuelano apontou o golo que garantiu os três pontos para a sua equipa. Um lance no qual se desmarcou muito bem e demonstrou qualidade no remate. Mas, também esteve exímio a dar apoio aos companheiros, com pormenores de excelência no jogo de costas para a baliza. O ponta de lança foi incansável, de tal forma que saiu com queixas musculares.
A figura: Ricardo Horta (nota 6)
O capitão dos guerreiros do Minho foi o único que conseguiu colocar a defesa insular em sobressalto. Um dos remates deu mesmo a sensação de golo, depois de ter embatido no poste. Na segunda parte acelerou por uma vez e serviu Víctor Gómez, mas o lance não teve sequência. O avançado tem a qualidade que todos lhe reconhecem, porém não conseguiu fazer a diferença.

Carlos Vicens

Um jogo muito desapontante. Oferecemos a cara que não queríamos ver desta equipa, vínhamos de uma partida em que demonstrámos um nível elevado de exigência, de esforço, de competitividade e foi isso que pedimos aos jogadores durante estes dias. Mas, temos de seguir já amanhã de manhã todos para melhorar, inclusive o treinador.

Tiago Margarido

Tínhamos como objetivo mantermos a nossa identidade, num dos campos mais difíceis da nossa Liga. Os jogadores aderiram à ideia e fizemos bem o nosso jogo. O repto era sermos Nacional fora de casa. Também fomos excecionais em colocar o SC Braga em zona de desconforto. O resultado acaba por ser inteiramente justo. Precisávamos de pontos e conseguimos somar três.