Jonathan Barnett ( foto Paulo Santos)
Jonathan Barnett, agente de jogadores - Foto: Paulo Santos

Agente de Grealish acusado de manter nos EUA «escrava sexual»

Processo de anónima na justiça americana contra Jonathan Barnett fala em violação e atos degradantes ao longo de vários anos

O agente de futebol Jonathan Barnett, que representa Jack Grealish, jogador do Manchester City e foi também empresário de Gareth Bale, foi acusado de violação dos EUA. Um processo na justiça dos EUA, em Los Angeles, dá conta de queixa de uma mulher que o acusa de a ter violado ao longo de vários anos. 

A mulher anónima, referida como ‘Jane Doe’, como é costume nos processos judiciais, afirma que Jonathan Barnett a «traficou» da Austrália para o Reino Unido em 2017, a ‘torturou’ e a manteve como escrava sexual durante um período de seis anos. Diz ainda que Barnett «fez repetidas ameaças à sua vida e à vida dos seus filhos menores». 

 O advogado de 75 anos respondeu que as suas acusações «não têm base na realidade e são falsas». «Vamos defender vigorosamente esta ação através do processo legal apropriado. Pretendo que seja feita justiça», afirma num através de um comunicado dos seus advogados.  

De acordo com os documentos do tribunal, citados pela BBC, os dois conheceram-se na década de 1990 através de um atleta e juntaram-se em 2017. Depois, a mulher mudou-se para o Reino Unido com os filhos adolescentes, tendo a agência desportiva CAA Stellar, dirigida por Barnett, pago as despesas da mudança. O processo refere que, à sua chegada, ele lhe disse que era «dono dela» e a forçou a ter relações sexuais num hotel. Depois disso, impôs-lhe regras estritas para que lhe obedecesse sempre, referindo-se a ele como «meu mestre», alegando que foi obrigado a atos degradantes, como beber urina, passando várias noites amarrada. Ainda de acordo com o processo ‘Jane Doe’ diz que foi «traficada, ameaçada, torturada e mantida» em cativeiro em diferentes locais de 2017 a 2023, incluindo Los Angeles, tendo obedecido com «medo de ser morta».  

 A mulher também está a processar a empresa de talentos de Barnett, a Hollywood Creative Artists Agency e a agência desportiva CAA Stellar, onde Barnett foi presidente até à sua reforma no ano passado, alegando que nunca se estranhou pagamentos que lhe terão sido feitos, não sendo ela atleta nem figura pública. Alega que Barnett se referiu a ela como «escrava» em e-mails enviados de sua conta de trabalho.