Afonso Pinto: «Quero jogar na Seleção Nacional»

A vida é feita de desafios e após partir o nariz no início da época, Afonso Pinto agarrou a titularidade no Belenenses, que luta pelo regresso à Liga 2: «Nunca me deixei ir abaixo, sou um rapaz que quer sempre mais.» E a três jornadas do fim da Liga 3, o que o defesa mais quer é subir de divisão.

«Estas três finais têm de ser jogadas para ganhar. Temos de olhar para cada jogo como se fosse a nossa última oportunidade. Temos dois jogos em casa» - o primeiro é este domingo, com o Fafe, às 19.30 horas - «e o fator casa pode ajudar muito»

O Belenenses partilha o 3.º lugar da fase de Apuramento de Campeão com o Varzim e é a equipa com mais empates nesta Liga 3 (15 em 29 jogos). Por isso, Afonso julga que o que tem faltado à equipa de João Nuno (rendeu José Sousa em janeiro) são os «pormenores»: «Muitas vezes falta o último passe e acertar na tomada da última decisão. Mas acho que estamos a fazer um bom trabalho. Temos agora uma final, é encará-la com olhos de ganhar e de querer matar o adversário.»

Vencer será mais fácil se Afonso continuar a contribuir no ataque (já tem três golos e três assistências esta época), fazendo uso do seu 1,94 metros de altura: «Ter essa altura e agressividade no ar tem ajudado muito. Marco dois golos de cabeça e as assistências, acho que vêm de estar bem posicionado.»

Imponente fisicamente, Afonso já tinha mais de 1,90 metros de altura no secundário, o que lhe garantiu tempo de jogo na formação... até certo ponto. Daí nasceu a necessidade de ser um defesa construtor: «No futebol mais moderno, é importante um central saber sair a jogar e ter qualidade com bola. Eu tento apostar e melhorar nisso.»

Nesse sentido, Afonso tem um herói acima de todos no futebol: «Sempre gostei muito do Pepe, é o meu central de eleição. Gosto do Sergio Ramos também.»

Defesa-central foi, por isso, a sua posição de eleição... até uma breve passagem pelo Benfica: «Quase sempre fui central, houve uma altura, com seis, sete anos, que fui para o Benfica e quis ser guarda-redes, mas as coisas não correram bem. Ainda estava a descobrir a minha posição, mas ainda bem que fui para central.»

Com 21 anos feitos a 15 de abril, Afonso já tem bastante experiência - no ano passado fez 44 jogos entre as equipas B e sub-23 do Estrela da Amadora, clube onde se sagrou campeão distrital e da Liga Revelação. «A época passada foi muito dura em termos de jogos, mas foi boa.» 

Esteve três épocas na Reboleira, onde chegou depois de estar nos sub-17 do Linda-a-Velha para integrar logo a equipa B tricolor. «Cheguei ao Estrela para aprender e melhorar certos pontos, porque não era assim tão agressivo e vi uma oportunidade de crescer a esse nível. Depois, tive a chance de ir à equipa principal.»

«Tive a oportunidade de treinar com o Miguel Lopes, mais nos dois primeiros anos, e aprendi muito com a forma de jogar dele. Calmo, sereno e agressivo também», diz Afonso, que não perde uma oportunidade para continuar a melhorar.

Após três anos no Estrela, o jovem «queria experimentar estar num plantel de uma equipa principal» e se ficasse no Estrela «não iria começar lá». Assim surgiu o Belenenses, com o qual assinou contrato até 2027: «Fiquei muito feliz, é um clube com muita história, muita exigência e olhei para isto como um teste para o futuro.»

Na reta final da conversa, Afonso Pinto deixa claro os sonhos que tem para o futuro: «O primeiro objetivo é jogar na Seleção Nacional, é o que tenho mais em mente. Depois, quero jogar na UEFA Champions League e no Manchester United, sempre fui fã do clube desde miúdo.»

Já se falou da veia goleadora que procura fomentar, mesmo assim, entre marcar ou fazer um corte em cima da linha de golo, Afonso prefere claramente «fazer um corte. Tentar manter sempre a baliza a zeros é o mais importante para um defesa».

Para já, Afonso Pinto tentará alcançar a subida de divisão com os azuis do Restelo, numa reta final da Liga 3 que se adivinha equilibrada e imprevisível até ao fim.