Otamendi desolado após o falhanço que originou o golo do empate (Foto: Miguel Lemos/Kapta+)

A vida e o futebol são assim, caro Nico... (as notas do Benfica)

Otamendi era, até ao minuto 90+2, o nosso melhor em campo. Depois, com azar/aselhice, falhou o que parecia simples e o Santa Clara empatou.

(6) Trubin - Noite tranquila, em que, na maior parte do tempo, poderia ter levado uma cadeirinha para assistir ao jogo, em que, a 70 metros à sua frente, o Benfica ia tentando criar perigo. Recebeu duas bolas quase mortas ainda no primeiro tempo e, no segundo, aos 76 minutos, Calila enviou-lhe uma bola bem viva, obrigando-o a um desvio firme pela linha de fundo. Pensou-se que seria o último lance perigoso para a baliza encarnada, mas o azarado Otamendi não estava pelos ajustes…

(4) Tomás Araújo – A missão era pesada: regressar ao lado direito da defesa (jogara com Tondela e Alverca ao lado de Otamendi) e, sobretudo, substituir o melhor jogador do Benfica neste arranque de temporada, o bósnio Amar Dedic. As coisas não lhe correram bem. Jogou quase sempre em terrenos muito adiantados, quase parecendo um médio-ala. Teve uma ou duas iniciativas atacantes, sem sequência positiva, sentindo dificuldades ao fechar a defesa, nomeadamente perto do intervalo, num mau corte que quase deu golo ao Santa Clara. Saiu ao intervalo para entrar Prestianni, quando os açorianos já jogavam com apenas 10 homens, por expulsão de Paulo Victor, precisamente por falta sobre Tomás Araújo.

(5) António Silva - Sempre certinho e imperial a defender o pouco que teve para defender. Excelente lançamento, perto do intervalo, para o desvio de cabeça, demasiado fraquinho, de Pavlidis.

(4) – Otamendi - Tem 1,83 metros, mas parece ter mais dez ou quinze centímetros, tal a forma como, mesmo a caminho dos 38 anos, se mostra imperial no jogo aéreo, tanto a defender quanto a atacar. Bons cortes no primeiro tempo, mas sem velocidade para travar Brenner, lançado pela esquerda. Saltou tão alto e rematou de cabeça com tanta força que Gabriel teve imensas dificuldades para segurar a bola, aparecendo Pavlidis, na sequência, a marcar golo. (Era esta a análise prevista para Otamendi até ao minuto 90+2 e quase certo melhor em campo). Neste minuto, teve uma tentativa caricata de cortar de cabeça a bola vinda de Gabriel e desviada depois pela cabeça de Carter, que ofereceu o golo do empate a Vinicius Lopes. Passou do muito bom ao péssimo em meio segundo. É assim o futebol, é assim a vida, caro Nico.

(5) DahlPrimeiro tempo sofrível, atacando sem perigo e quase nada tendo para defender, a não ser num corte sobre Brenner ao minuto 16. Melhorou na segunda parte, mas ainda a anos-luz do que foram Grimaldo e Carreras e longe do que parece valer como lateral.

(6) Aursnes - Não sabe jogar mal, mas já jogou muito melhor. Sem erros, sem lapsos, mas, excluindo o livre que antecedeu o golo de Pavlidis, não soltou qualquer pontinha de genialidade.

(6) Ríos - Teve sempre a alça preparada para rematar, fosse de onde fosse, na direção de Gabriel. Sempre com perigo, mas nunca com a bola colocada de forma perfeita nos ângulos mais mortos da baliza. De pé esquerdo ou direito, mas sem golo. Tentou diversos lançamentos para os homens da frente, como tem feito desde que chegou ao Benfica, mas ainda não tem o calibre exato para chegar ao golo.

(5) Barrenechea – Com o adversário sempre muito perto da baliza de Gabriel e, mais tarde, com menos um homem do outro lado, esperava-se mais do médio argentino.

(5) Schjelderup – Primeiro tempo sofrível, segundo tempo apenas razoável, talvez porque passou a defrontar uma equipa com menos um jogador.

(5) IvanovicComeçou por dar nas vistas a meio do primeiro tempo, num arranque de quase 30 metros com a bola sempre controlada, servindo de detonador para o apoio das bancadas. Teve mais duas ou três tentativas para chegar ao golo, mas sem sorte. Saiu aos 72’ para entrar Henrique Araújo.

(5) PavlidisEstava a passar totalmente ao lado do jogo, sem bola e, por isso, sem poder criar perigo, quando, ao minuto 59, a bola lhe apareceu a saltitar à frente, depois de defesa apertada de Gabriel a remate de cabeça de Otamendi. O grego desviou de pé esquerdo para a baliza deserta, num dos golos menos complicados da carreira.

Pavlidis festeja golo (Miguel Lemos/ Kapta+)

(6) Prestianni Entrou para trazer irreverência e imprevisibilidade ao jogo monótono e desinspirado que o Benfica mostrou na esmagadora maioria dos primeiros 45 minutos. Teve muita bola para criar magia, mas ficou sempre longe de o fazer.

(5) Sudakov – Pouco mais de 20 minutos em campo e percebe-se que adora a bola e a bola adora-o. Mostrou-se dinâmico e irreverente, embora sem criar grande perigo. A bola saiu-lhe redondinha para a entrada perigosa de Prestianni na direita.

(4) Henrique Araújo Entrou para o lugar de Pavlidis e não teve tempo nem bola para mostrar que, por enquanto, pode ser mais do que terceiro avançado-centro.

(4) Leandro Barreiro Pouca bola, nenhuma capacidade para segurar ou criar perigo junto da baliza adversária.