A rota até Istambul, o mau relvado e Diogo Costa: tudo o que disse Farioli
Na antecâmara da estreia do FC Porto na Liga Europa, Francesco Farioli lançou um olhar sobre o adversário, o Salzburgo, e deixou algumas críticas ao estado do relvado do clube austríaco. Possível renovação de Diogo Costa mereceu comentário e... sorrisos do técnico italiano.
O que espera deste Salzburgo?
—Há algumas semelhanças que já encontrámos. O Salzburgo é uma equipa com uma identidade vincada, que pressiona alto no relvado, que prepara diferentes cenários e que procura a verticalidade do jogo. Aposta muito nos duelos, aéreos e pelo solo. Temos de lutar como eles querem em determinados momentos e, noutros, temos de trazer o jogo para aquilo que pretendemos. Temos de ser inteligentes a gerir estes momentos.
O Salzburgo não vence há três jogos e atravessa um momento delicado...
—No futebol, os momentos menos positivos estão sempre ao virar da equina. Tudo pode mudar rapidamente. Isto não é algo que nos deixe mais relaxados. Deixa-nos mais atentos aos pequenos detalhes. Não podemos baixar o nível. Vamos estar prontos para eles e, do outro lado, vão ser ainda mais agressivos, fortes e duros.
O FC Porto é, ou não, candidato a vencer a Liga Europa?
—Para nós, é muito simples. Temos dois livros em cima da mesa. O livro da Liga está fechado por algumas horas. Agora, temos este livro aberto desde há dois ou três dias. Com dedicação, atenção, o Diogo [Costa] já disse que trabalhámos com o mesmo nível de detalhes e vontade. Queremos tentar dar passos na direção certa nesta prova. Queremos fazer com que esta estrada seja o mais longa possível. Podemos pensar numa imagem: o Porto está num lado da Europa e Istambul [palco da final] está do outro lado... Há muitos passos a dar até lá.
O estado do relvado preocupa-o?
—O relvado não é desculpa, mas vamos jogar num relvado que não está ao nível de uma noite europeia. Para o futebol e para a segurança dos jogadores. Há tantas regras no futebol, às vezes queixamo-nos de as meias não terem determinada cor… Mas não podemos aceitar que um dos principais fatores, que é o relvado, esteja naquelas condições, especialmente para jogadores que vão ter 50 e tal jogos esta época. É um risco desnecessário.
Planeia rodar a equipa nesta competição?
—Tentaremos ir com o melhor onze possível a jogo, dando respeito a competição. Definitivamente, as noites europeias são um privilégio. Sobre a possibilidade de mudar, não é algo novo para mim. Acredito na força do grupo. Quando foi o momento certo, alguns jogadores deram o passo em frente e agora há um período apertad de jogos. Temos de estar prontos e é um bom momento para o grupo provar o que vale. Tentamos levantar o nível de intensidade nos treinos e é o momento de colocar isso em prática.
As viagens à Áustria costumam ser talismã na Liga Europa. Acredita nessa visão?
—Acredito que é coincidência… Veremos se, em maio, é mais do que isso. Uma informação interessante, que partilhei com os jogadores, é que nos últimos 16 jogos fora nesta prova, só venceu duas vezes. Isto em 16 anos. É algo que tem de mudar na nossa mente, na nossa forma de pensar o jogo. Teremos pela frente um grande clube, com tradição.
Gostava de poder contar com Diogo Costa para sempre?
—Há pouco, tomei a liberdade de falar. O Diogo sabe e toda a gente sabe isso, mas quando tens um dos três melhores guarda-redes do Mundo, só podes sentir-te privilegiado do ponto de vista técnico, mas também pelo papel que o Diogo tem. Tem a braçadeira de capitão, isso é especial. Desejo que o presidente faça uma boa negociação e que renove o contrato do Diogo.
Como têm encarado a euforia dos adeptos?
—Para nós, é importante olhar para o presente. Os resultados e as boas vibrações que há na cidade do Porto, nos adeptos… Temos de alimentar isso com o nosso trabalho e vontade, com a nossa paixão. Temos sorte com os adeptos, porque damos algo e eles dão-nos o dobro de volta. Sobre o bom arranque, os resultados foram bons, os desempenhos foram OK, mas há muito trabalho a fazer. Se queremos melhorar e ir em frente, o nosso nível tem de continuar a subir. Precisamos de consistência durante os 90 minutos. Contra o Rio Ave, por exemplo, tivemos momentos bons e outros de apagão, que não podemos ter.
Martim Fernandes, Alberto Costa e Alan Varela estão aptos para o jogo?
—Há boas notícias: toda a gente está a caminho de voltar, tirando o Nehuén e o Luuk, que têm mais algumas semanas pela frente. O Alberto está muito bem, mas ainda temos de ter em consideração se vai fazer parte deste jogo ou não. Com o Martim e o Alan, as coisas estão melhores, estamos a ver com o departamento clínico várias fatores. Vamos usar todos os minutos possíveis para tê-los prontos.
De que forma é que a sua equipa ainda pode progredir?
—Tentamos acrescentar algo de novo em cada jogo. A outra parte é sobre tornarmo-nos melhores em relação ao que estamos a fazer. Os princípios estão lá, mas cada jogo dá-nos oportunidade de explorar o que estamos a fazer desde o início da época. Seguimos em frente, e sinto-me grato por ter um grupo tão recetivo e por poder explorar todos os aspetos.