Presidente da SAD do emblema viriato esteve no nosso jornal para falar da atualidade dos viseenses (Foto: A BOLA)
Presidente da SAD do emblema viriato esteve no nosso jornal para falar da atualidade dos viseenses (Foto: A BOLA)

«A paciência do investidor estará a chegar a um limite e teremos de mostrar resultados»

Mariano Lopez mostra-se convicto no sucesso do projeto que lidera na SAD do Académico de Viseu, mas também não se coibe de aumentar a responsabilidade para que o retorno seja uma realidade

Falando de números, que tipo de verba pode ser investida para a próxima temporada?

Os números são 1, 2, 3, 4, 5, 6… [risos] Tudo depende também das vendas. Mas será sempre um investimento equilibrado, não vamos entrar em loucuras. Se entendermos que o mercado nos dá um jogador interessante para investir, poderemos fazê-lo. Neste momento, ainda é muito cedo para falarmos de valores. Temos de ver que jogadores vão embora, há alguns que terminam contrato… Vamos ver. É cedo para falar de números.

Não subir na próxima época seria uma desilusão ainda maior?

Lógico. Não podemos estar sempre a olhar para infraestruturas e melhorias. A parte desportiva tem de ser sempre uma prioridade clara, mas sem obsessão. Estamos tranquilos e confiantes, apesar de terem existido algumas histórias esta época que não ajudaram a chegar onde queríamos.

Quer concluir?

Acho que na parte das arbitragens temos de fazer melhor. Não só para o Académico.

Até quando o grupo vai continuar a investir?

Tudo vai depender da paciência do dono, que está a investir. A paciência dele na parte desportiva estará a chegar a um limite e temos de mostrar resultados.

Estando agora apenas como presidente da SAD, como avalia o seu percurso na liderança do clube?

O meu compromisso foi o de ajudar o clube a solucionar as dívidas que tinha, entre outras coisas, e julgo que o futuro está bem encaminhado. Tudo o que me comprometi com o clube, com os sócios e com a formação foi feito, nomeadamente o estatuto de Utilidade Pública, algo que é extremamente importante.

Elogios aos sinais dados por FPF e Liga

O futebol português teve mudanças recentes, nomeadamente na FPF e na Liga, com a eleição de novos presidentes, Pedro Proença e Reinaldo Teixeira, respetivamente. Que tipo de relações é que o Académico tem, se é que tem, com os novos presidentes destas instituições?

Estive recentemente num almoço, justamente na Federação Portuguesa de Futebol, com os presidentes Pedro Proença e Reinaldo Teixeira. Penso que foi a primeira vez, pelo menos que eu tenha visto, em que foram convidadas as sociedades desportivas profissionais. A meu ver, acho que é uma oportunidade única de podermos ver a FPF perto da Liga e, juntos, podermos abordar assuntos muito complicados que vêm aí nos próximos meses e anos.

Tais como?

Temos um caderno de encargos muito grande, que já vem da Liga. Os temas do IVA, do IRS, dos seguros, da centralização dos direitos televisivos… São assuntos muitos grandes, de bastante pressão, e acho que o presidente Reinaldo Teixeira precisa de ajuda, nossa, dos clubes, mas também da FPF, para que, juntos, façamos o melhor e possamos reinvestir o dinheiro que entra no futebol português.

Pedro Proença, enquanto presidente da Liga, foi sempre um defensor acérrimo dos clubes também no que concerne às verbas a que estes têm direito. Como é que o Académico se posiciona relativamente a esta matéria?

Acho que temos na FPF um parceiro, tal como temos na Liga. Claro que estamos mais ligados à Liga, obviamente, e temos sempre de olhar para os nossos objetivos, que são muito difíceis de atingir, mas também vemos na FPF um parceiro. Se queremos crescer no futebol português, como por exemplo para conseguirmos ter mais uma equipa nas competições europeias, isso só passa por infraestruras e por mais dinheiro que vem de fora, nomeadamente das apostas desportivas. Olho para os dois líderes com aproximação e acho que é uma oportunidade única de definirmos o caminho a percorrer.

Das palmas ao Tondela ao desejo para a região

A região de Viseu vai voltar a pontificar no mais alto patamar do futebol português na época 2025/26. Essa representatividade será real pela presença do Tondela, depois de os beirões selarem o regresso à Liga, facto aplaudido por Mariano Lopez.

O gestor salienta que as relações entre clubes devem ser saudáveis e deixa a garantia sobre o que pretende.

«Eu não gosto de sonhar, gosto de trabalhar. O objetivo está claro, não vou mudar a estratégia. Só peço aos agentes do futebol que não nos impeçam o nosso caminho. Parabéns ao Tondela e ao seu presidente, Gilberto Coimbra, com quem tenho boa relação. Somos rivais no campo, mas temos uma boa amizade. Quero o melhor para mim e para o Académico de Viseu», confessou, olhando sempre para dentro de casa e... para cima.