Nuno Borges diz ter sentido que pode competir com os melhores tenistas do mundo, após atingir os oitavos de final do Open da Austrália. O tenista falava à chegada a Lisboa, esta quarta-feira, no Aeroporto Humberto Delgado, regressado de Melbourne. Borges, número um nacional e 69.º jogador mundial, tornou-se no segundo tenista português entre os 16 melhores jogadores num Grand Slam - depois de João Sousa no Open dos Estados Unidos em 2018 e em Wimbledon em 2019 - e o primeiro em Melbourne Park, onde foi eliminado pelo russo Daniil Medvedev, terceiro do ranking ATP, em três sets, por 6/3, 7/6 (7-4), 5/7 e 6/1. «Por momentos, senti que pertencia ali. Provei que quando estou a jogar bem, consigo competir com os melhores. Muita coisa tem de correr bem e vou à procura disso [de repetir o feito]», começou por dizer o tenista maiato, de 26 anos, para quem o Open da Austrália «acabou por mudar um bocadinho a perspetiva em Grand Slams». «É um marco muito especial para mim e algo que vou lembrar para sempre. Ajuda a consolidar-me um bocadinho mais para o resto do ano», admitiu. «[É] normal os jogadores atingirem o pico nesta altura, entre os 25 e os 30 [anos]. Desenvolvemos mais a capacidade física ao nosso máximo e faz-se sentir no nosso jogo. Também comecei a carreira um bocadinho mais tarde e é normal que os resultados comecem a aparecer mais agora e não há três anos, quando estava tudo a começar», analisou Nuno Borges, que falou dos objetivos para a temporada, com destaque para uma eventual participação nos Jogos Olímpicos Paris2024. «Acabei de concretizar o objetivo que já tinha em mente, o top 50. Participar nos Jogos Olímpicos era uma oportunidade incrível. Estou mais focado nisso. Adoraria poder jogar». Instado a vaticinar sobre quem crê que será o vencedor do Open da Austrália 2024, Borges não surpreendeu: «[Djokovic] é o grande favorito. Já ganhou 10 vezes. À melhor de cinco sets é quase imbatível».