Jennifer Falk defende um dos sete penáltis falhados no Suécia-Inglaterra (Foto: IMAGO)

Quase metade dos penáltis no Euro 2025 feminino não entraram: porquê?

Entre jogo corrido e desempates, só 58,5% das grandes penalidades no torneio deram golo. E há dois grandes fatores que o ajudam a explicar

Todos os jogos dos quartos de final do Euro 2025 feminino tiveram penáltis falhados, marcando uma tendência deste torneio para ser historicamente negativo no que toca a este momento específico do jogo.

Nos últimos sete grandes torneios de seleções do futebol feminino, os penáltis tiveram uma taxa de conversão de 73%, superior inclusive àquela verificada nos últimos sete torneios de seleções masculinas (70,56%). Assim, porque é que este Campeonato da Europa está a castigar tanto quem bate penáltis?

Pressão acumulada

O interesse no futebol feminino tem aumentado nos últimos anos. O último Europeu, em 2022, foi o mais visto de sempre, por 365 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a UEFA, e com mais de meio milhão de adeptos nas bancadas ao longo do torneio (outro recorde). Já o Mundial, no ano seguinte, reuniu o interesse de dois mil milhões de pessoas, segundo a FIFA.

Assim, há mais olhos e mais pressão do que nunca nas jogadoras. A BBC falou com Geir Jordet, professor de futebol e psicologia na Escola Norueguesa de Ciências do Deporto, que afirmou: «Quando a pressão aumenta, o desempenho diminui.»

 No futebol feminino, «a pressão é relativamente maior agora do que antigamente», explica também. «É preciso experimentá-la para encontrar formas de lidar com a situação.»

Cábulas

Com o maior interesse no futebol feminino, há maior investimento e pesquisa dos adversários. Sobretudo sobre a forma como se estuda o adversário. Assim, nos quartos de final, já vimos a sueca Jennifer Falk e a alemã Ann-Katrin Berger levarem cábulas junta da garrafa de água para verem para que lado cada adversária rematava num penálti.

O resultado: Falk defendeu quatro penáltis e Berger dois, incluindo o decisivo frente à França.

«As batedoras de penáltis foram rigorosamente mapeadas - as guarda-redes conhecem-nas melhor agora do que no passado. Se adicionarmos pressão, as jogadoras tendem a voltar a um padrão predefinido e a rematar da forma que lhes é mais confortável», explica de novo Jordet.

Faltam três jogos para o fim do Euro 2025 feminino, onde veremos se esta tendência pode mudar, ou se até pode marcar um final de campeonato verdadeiramente emocionante e enervante para as jogadores e adeptos das seleções envolvidas.

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