Will Still esteve 16 jogos no comando técnico do Southampton, no Championship
Will Still esteve 16 jogos no comando técnico do Southampton, no Championship - Foto: IMAGO

«Ela passou dez dias em coma»: Will Still explica troca de França por Inglaterra

Jovem técnico de 33 anos foi apontado ao comando técnico do Nantes, mas não aceitou a proposta, com Luís Castro ainda no cargo, e recordou a saída do Lens para o Southampton, provocada pelo agravamento do cancro da mulher, Emma

Com passagens pelo Reims e o Lens, Will Still assumiu o comando técnico do Southampton na mesma altura em que Luís Castro foi para o Nantes, mas o jovem técnico de 33 anos foi despedido no início de novembro e, um mês depois, foi convidado a suceder ao português em França.

O anglo-belga confirmou que recebeu uma proposta, mas não quis aceitar por um simples motivo. «Não era um problema, mas sim uma questão de timing que não era ideal para mim. No sentido de que eu queria contratar uma equipa técnica, pessoas, e essas pessoas ainda estão nos clubes», disse Will Still, admitindo de que, entre essas pessoas, duas se tratavam dos seus irmãos Edward e Nicolas, adjuntos no Anderlecht e Club Brugge, respetivamente.

«E, de forma egoísta, também quero pensar na minha carreira. O próximo passo na minha carreira é importante, quero fazer a escolha certa com bastante distância e não me precipitar em algo sobre o qual não tenho toda a informação, onde não tenho controlo sobre tudo», atirou, sendo que Luís Castro foi despedido na últim quinta-feira. «Fui muito respeitoso, agradeci à família Kita, mas disse a mim mesmo que, para mim, prefiro ter um pouco de distância, analisar o que aconteceu nos últimos 3-4 anos e o próximo passo será o que tiver de ser», completou, dando a entender que só vai voltar na próxima temporada e lembrando a decisão em sair de França para rumar a Inglaterra.

«A decisão de deixar o Lens no final da última temporada foi puramente pessoal. Estou a falar como ser humano. O que lamento é não ter falado mais cedo. Porque em setembro [de 2024], Emma [mulher] teve um cancro na tiróide que precisou de ser tratado, não falei sobre isso, disse aos jogadores porque precisava de me ausentar por um ou dois dias. E em fevereiro-março, ela teve encefalite, o seu cérebro inchou e ela passou dez dias em coma. Eu tinha chegado a um momento da minha vida, e não apenas da minha vida como treinador, em que precisava de voltar para casa, cuidar dela e ficar um pouco mais calmo», começou por dizer.

«Conheci o Southampton. A Emma tinha estudado lá, parte da família dela conhecia bem a região, não fica muito longe da família dela, mudámo-nos para lá e é um grande clube, tinham acabado de descer da Premier League e achei que era a escolha certa nesta altura da minha carreira. E quando olho para trás, talvez tivesse chegado a um ponto em que precisava pensar em outras coisas, e é isso que estou a fazer agora», explicou.

«Nunca fui a Sunderland. Tenho uma casa com a minha mulher em Londres e conversei com os dirigentes do Sunderland, mas nunca com a intenção de dizer: 'Vou sair imediatamente do Reims'. Era mais: 'Não quero morrer sem ter aproveitado, se houver uma oportunidade...' Não queria enganar o Stade de Reims, havia uma grande oportunidade, podemos conversar, trocar ideias? Sim, por que não? Foi o que fiz e sei que foi muito mal interpretado», finalizou.