Lobos saem da 'red line' e seguem bem Lee(gados)
Terminou o jejum. O Arouca somava seis derrotas consecutivas — o último triunfo datava de 18 de outubro e tinha sido para a Taça de Portugal, diante do Portimonense (2-1), pelo que era preciso recuar até 20 de setembro para encontrar a derradeira vitória dos lobos para a Liga, no caso, frente ao Nacional (2-1) —, mas a receção ao Alverca redundou no final do pesadelo.
Os comandados de Vasco Seabra entraram de forma afirmativa, como que a querem demonstrar, desde cedo, que o período negativo não entrava na equação para esta partida, e Espen Van Ee deu o primeiro aviso (9'). Responderam os ribatejanos, mas o tiro de Naves, de meia distância, seguiu na direção... das nuvens.
A vontade dos da casa era grande e à passagem do quarto de hora só um gigante André Gomes negou os intentos a Alfonso Trezza: excelente passe de rotura de Dylan Nandín a isola o compatriota, mas, com tudo para abrir o ativo, o camisola 19 dos lobos permitiu a (enorme) defesa do internacional sub-21 português que está no Alverca por empréstimo do Benfica.
Poucos minutos depois, aos 18'. momento que pode ter sido absolutamente chave para o desfecho deste desafio: Sandro Lima teve entrada dura sobre Omar Fayed, viu, numa primeira instância, o cartão amarelo, mas, depois de alertado pelo VAR, David Rafael Silva foi ver as imagens e decidiu reverter a decisão, dando ordem de expulsão ao ponta de lança brasileiro dos forasteiros.
A vida complicou-se ainda mais para o conjunto orientado por Custódio Castro, que, ainda assim, conseguiu segurar o nulo até ao intervalo, fruto de uma elevada competência defensiva.
Até foi a equipa que viajou do Ribatejo a entrar melhor na etapa complementar, com Alex Amorim (48') e Naves (51') a colocarem a defensiva contrária em sentido, mas o Arouca foi definitivamente para cima e já depois das ameaças de Djouahra (53') e Dylan Nandín (58') chegou mesmo ao golo: cruzamento a régua e esquadro de Tiago Esgaio e o recém-entrado Lee mergulhou para o cabeceamento certeiro.
O golo fez ainda melhor aos arouquenses, que passaram a controlar com a serenidade da vantagem, mas os de Alverca nunca atiraram a toalha ao chão e, mesmo perante as adversidades, foram olhando para a baliza contrária. E Marezi só não marcou porque Omar Fayed fez um grande corte (69').
Os lobos saem da red line — entenda-se, dos lugares de despromoção — e seguem bem Lee(gados) ao campeonato. Há oxigénio na Serra!
As notas do Arouca:
Nico Mantl (5), Tiago Esgaio (6), Omar Fayed (6), Boris Popovic (5), Miguel Puche (5), Espen Van Ee (6), Pedro Santos (6), Amadou Dante (5), Alfonso Trezza (5), Dylan Nandín (5), Djouahra (6), Lee (7), Jose Fontán (5), Iván Barbero (5), Pablo Gozálbez (-) e David Simão (-).
As notas do Alverca:
André Gomes (6), Kaiky Naves (6), Julián Martínez (6), Meupiyou (5), Nabili Touaizi (5), Sabit (5), Alex Amorim (6), Francisco Chissumba (6), Lincoln (5), Sandro Lima (3), Figueiredo (4), Marezi (5),Davy Gui (5), Cedric Nuozzi (5), Isaac James (-) e Felipe Lima (-).
Vasco Seabra (treinador do Arouca:
Foi um trabalho gigante dos nossos jogadores. Hoje conseguimos dois objetivos claro, o primeiro 'clean sheet' da época e o regresso às vitórias. É verdade que o Alverca tem uma expulsão cedo, mas até aí nós já estávamos a ser melhores. A equipa teve uma alma muito grande e fez as coisas acontecerem.
Custódio Castro (treinador do Alverca):
A expulsão acaba por condicionar, não há como esconder isso. Passámos a estar mais remetidos à parte defensiva, mas fomos tentando mudar a nossa disposição na tentativa de podermos fazer um golo. Mas o grupo trabalho, agarrou-se ao jogo e isso demonstra a ambição que estes jogadores têm em todos os momentos.
Notícia atualizada às 23h15