Jéssica Silva: «Fui muito feliz no Benfica»

Internacional portuguesa recordou saída do clube da Luz, abordou o problema de saúde que enfrentou e falou de... Ruben Amorim

Jéssica Silva deixou o Benfica e Portugal, no passado verão, para embarcar numa nova aventura rumo aos Estados Unidos, para representar o Gotham FC. Contudo, em entrevista à SIC Notícias, a internacional portuguesa admitiu que não esquece o clube da Luz... nem os adeptos encarnados a esquecem: «Recebo muitas mensagens de carinho e de saudade dos adeptos do Benfica. Também recebi mensagem a acharem que meti-me à frente do clube e que fui mandada embora, por chatices com a treinadora. Fui muito feliz no Benfica independentemente de todo o alarido causado neste último ano.»

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Relativamente à saída do emblema lisboeta, Jéssica Silva comparou-se com... Ruben Amorim: «Eu sou fã do Ruben, agora já posso dizer publicamente. Acho que a minha forma de ser e de estar no desporto e na vida vai um bocadinho de encontro à dele. Acho que, independentemente, do conforto de eu ter tido a oportunidade de estar a representar o clube do meu coração, de estar perto dos meus, de estar tranquila, aquilo que eu quis efetivamente era poder-se desafiar-me outra vez, poder estar numa realidade diferente outra vez, não quero dizer mais ou melhor.»

«Qualquer profissão que esteja suscetível a alguma crítica pública, privamo-nos de ser e de tomar algumas decisões. No final de contas o importante é nós podermos ser nós próprios, podermos tomarmos as nossas próprias decisões e podermos ser felizes. Desejo tudo de bom ao Ruben e a toda a sua equipa técnica. Vou ficar a torcer para o sucesso dele e do Manchester United», continuou.

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A avançada abordou, ainda, o problema de saúde que enfrentou recentemente, tendo sido operada de urgência para remover um mioma no útero: Realmente apanhei um grande susto. A verdade, estava com umas hemorragias muito estranhas. Estou num outro país, de repente perdi bastante sangue e naturalmente para uma mulher é assustador. Fui a uma consulta de urgência para a ginecologia e percebi que algo não estava bem. Já foi assustador tudo aquilo que eu tive de passar aqui sozinha em casa, mas quando cheguei à ginecologista e senti, porque ela não falou muito, ela não disse muita coisa e fui de urgência para o hospital e percebi que alguma coisa podia não estar bem.»

«Era só o mioma. O mioma, ou seja, era bonito, mas era grandinho e por isso é que me estava a provocar tantas hemorragias. Depois lá está, foi todo o processo de recuperação. A minha mana estava cá, portanto, tranquilo. Foi ótimo ter o carinho da mana. Como eu digo e vou dizendo, há pessoas que foram feitas para lutar e eu sou uma delas», referiu.

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Por fim, abordou a nova vida nos Estados Unidos e apontou uma qualidade do futebol norte-americano: E eles aqui efetivamente têm uma preocupação em manter um jogador, um atleta e qualquer membro do staff confortável, não só em campo, mas fora dele. Eu consegui perceber isso logo no princípio e depois quando fui operada ao outro, no dia a seguir, já tinha percebido que eles tinham contactado a minha irmã para ela estar aqui. Ou seja, há uma preocupação muito grande com o atleta, com o seu bem-estar físico e emocional. Se calhar há atletas que não se sentem tão confortáveis a falar com o psicólogo no clube, eu acho que devia haver, não sei, se calhar uma plataforma ou uma associação também que realmente se importasse em perceber o bem-estar de cada atleta.»

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«As diferentes equipas estão sempre ligadas às diferentes causas sociais. Permite-me ser um ser um bocadinho mais livre e ter uma voz mais ativa sem qualquer tipo de constrangimento. Foi, sem dúvida alguma, uma das barreiras que eu tive enquanto jogadora de futebol em Portugal. Toda a gente sabe que eu sou uma jogadora que gosta de falar sobre alguns temas que para mim são importantes e tento aproveitar a minha, não a minha dimensão, mas a minha voz para falar sobre os problemas. Claro, sempre de uma forma bastante positiva e construtiva, mas acho que é importante nós jogadores, nós atletas, termos essa capacidade e essa vontade para ver se tornamos o nosso mundo, a nossa atmosfera um bocadinho melhor. E a verdade é que aqui nos Estados Unidos permite-me isso e é algo que me deixa bastante feliz», concluiu.