FC Porto não foi além de um nulo na partida inaugural do Mundial de Clubes, frente ao Palmeiras (Foto: Catarina Morais/Kapta+)

Dragão com poucas ideias sobrevive à investida verde (crónica)

Os dois favoritos do grupo A anulam-se na ronda inaugural. Azuis e brancos desinspirados bem podem agradecer a Cláudio Ramos (e ao poste) o empate sem golos. Reta final carregada de sofrimento...

NOVA JÉRSIA — Marcas tu ou marco eu? Ninguém acabou por chegar-se à frente e, pela segunda vez em dois jogos no grupo A, não houve golos...

A esperança azul e branca, acalentada pelo apoio da grande comunidade portuguesa que habita na região e se deslocou em massa ao MetLife, era tremenda antes da partida, apesar da temporada bastante aquém das expectativas que antecedeu o Mundial de Clubes. Ainda assim, a mancha verde pintou a maior parte do estádio e fez-se ouvir a alto e bom som.

O relógio ainda não assinalava três minutos quando João Mário teve nos pés uma oportunidade de ouro para adiantar o FC Porto, mas valeu ao Palmeiras o remate à figura do lateral-direito.

Nem tempo para respirar houve até o Verdão responder: Alan Varela perdeu o esférico em zona proibida e Estêvão criou perigo.

O domínio territorial paulista acabou por não ser traduzido em aproximações à baliza numa fase inicial e a turma de Martín Anselmi aproveitou para reequilibrar a contenda a partir dos 20 minutos, já depois de Rodrigo Mora ter ficado a centímetros de festejar, com um tiro rasteiro.

Marcano ainda ameaçou de cabeça, mas o momento do primeiro tempo estava reservado para o terceiro minuto dos descontos. Já depois de ter travado um remate difícil do prodígio Estêvão, Cláudio Ramos vestiu a capa de herói e negou o golo ao Verdão. Não uma, mas duas vezes. À terceira tentativa seguida, foi Francisco Moura a salvar em cima da linha.

O sufoco a que o FC Porto fora submetido tanto nos primeiros minutos como na reta final da primeira parte não augurava um bom desfecho, até porque o conjunto brasileiro parecia ganhar confiança à medida que o tempo passava.

Era preciso maior acutilância, rasgo e criatividade na etapa complementar para a equipa azul e branca sair a sorrir do desafio. Revigorada após a ida aos balneários, a formação portista entrou com outra postura em campo.

Não foi por acaso que Fábio Vieira e Zé Pedro causaram calafrios à defesa paulista, o primeiro com um belo remate em arco e o segundo através de um cabeamento por cima.

O Palmeiras não se deixou intimidar e continuava a aposta no seu jogo de pressão altíssima, colocando o trio mais recuado dos dragões em alerta máximo.

Desagradado com a incapacidade que a equipa demonstrava a suster o ímpeto dos brasileiros, Martín Anselmi mexeu no miolo, mas a história não mudou de tom. Richard Ríos e companhia dominavam as operações do meio-campo e praticamente não deixaram os azuis e brancos jogar.

As investidas do Verdão foram sucessivas nos últimos 10 minutos, mas até ao apito final os comandados de Abel Ferreira foram incapazes de desatar o nó, muito pela exibição de gala de Cláudio Ramos e pela ajuda do poste, onde embateu um tiro de cabeça de Murilo a seis minutos dos 90'.

Os dragões ainda construíram uma jogada de perigo pouco depois, mas à exceção desse lance foram praticamente inofensivos nos últimos 15 minutos.

As contas são fáceis de fazer. Dois jogos, zero golos na primeira ronda do grupo A. Com pouca inspiração individual e coletiva, um empate é um mal menor para o FC Porto, que saiu vivo do teste (teoricamente) mais exigente.

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