Fase de jogo do Benfica-Nice (foto: Miguel Nunes)

A análise de Pedro Henriques à arbitragem do Benfica-Nice

Num jogo de grau de dificuldade baixa e pouca intensidade, aproveitou o experiente árbitro italiano Marco Guida para decidir quase sempre bem

10' Não houve motivo para pontapé de penálti a favor dos encarnados na área dos franceses. Na ocasião, Franjo Ivanovic choca com o seu lado esquerdo do corpo com o lado direito de Kojo Peprah Oppeng quando os dois tentaram ir disputar a bola. O contacto foi normal e fruto do movimento de ambos os jogadores. O VAR confirmou a boa decisão tomada em campo por parte do árbitro.

19' No golo obtido por Fredrik Aursnes, o primeiro dos encarnados neste jogo, houve dois momentos para análise por parte do VAR. Primeiro a questão do fora de jogo na construção da jogada, mas no momento do passe de Enzo Barrenechea para Andreas Schjelderup este está claramente em jogo, pois tem mais de dois adversários entre ele e a linha de baliza; depois o segundo momento de análise foi o tentar perceber se o avançado norueguês tinha dominada a bola com o braço, mas as repetições são claras, a bola foi dominada a meias entre o peito e o ombro esquerdo que é uma zona legal para o efeito. Em resumo, golo legal do Benfica sem que Andreas Schjelderup tenha cometido qualquer infração.

33' São quatro os fatores que têm de ocorrer em simultâneo para que um jogador seja expulso por anular uma clara oportunidade de golo. Lei 12, faltas e incorreções, página 118; distância entre o local da infração e a baliza, direção geral da jogada, posição e o número de defensores, possibilidade de manter ou controlar a bola, e é por este ultimo fator que o árbitro, de forma correta, não mostra cartão vermelho a Abdulay Bah quando agarrou Pavlidis. É que o avançado grego quando sofre a falta a bola ainda estava no ar, não estava controlada e depois até foi parar às suas costas, havendo ainda um jogador defensor que poderia eventualmente fazer a dobra e intervir no lance. Assim sendo foi mostrado amarelo, com base num corte de um ataque prometedor. Decisão disciplinar correta.

55' Samuel Dahl entrou fora de tempo sobre Antoine Mendy e com a sola da sua bota, mais concretamente com o calcanhar, acertou em cheio, de cima para baixo, na zona do tornozelo/canela da perna direita do seu adversário, uma entrada negligente, que era passível de cartão amarelo, que, contudo, não foi mostrado. Decisão incorreta no plano disciplinar.

65' A fronteira entre a negligência, que pressupõe entradas em que não se tem em conta o perigo e as consequências do seu ato para com o adversário, e que são punidas com amarelo, e o uso excessivo de força, que pressupõe entradas que põem em risco a segurança e a integridade física do adversário, por vezes é muito ténue. Foi isso que aconteceu na forma como Clauss acaba por pisar com o seu pé direito o tornozelo também direito de Prestianni. O facto de o jogador encarnado ter o pé apoiado no solo tirou gravidade e consequência maior ao lance, e também outros fatores como a não existência de malícia e por não ter sido em salto de longe e com velocidade. Acabou tudo isto por ser uma atenuante para a exibição apenas do cartão amarelo, foi também essa a leitura e perceção do VAR.

90+2' Cartão amarelo bem mostrado a Gianluca Prestianni por, sem qualquer interesse em jogar a bola, esticou a sua perna esquerda para travar e derrubar Malvin Bard, que, se consumasse a finta que estava a fazer, seguia com algum perigo na direção da área encarnada. Esta infração não só se insere no corte de um ataque prometedor como também na chamada falta tática, cujo único propósito é parar a jogada para evitar perigo subsequente.

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