Do Sevilha para Aston Villa: o 'arquiteto' voltou a fazer milagres

INTERNACIONAL01.03.202512:41

Das contrações de Tielemans, Rashford ou Asensio, às vendas de Douglas Luiz e John Durán, o espanhol continua a criar equipas de alto nível para Unai Emery

A saída de Monchi da direção desportiva do Sevilha, em 2017, marcou o início de uma era menos bem-sucedida para o clube. Juntos, viveram 17 anos de glória, com a conquista de 11 títulos e a chegada de jogadores desconhecidos que acabaram por se tornar lendas.

São muitos os nomes: Rakitic, Baptista, Kanouté, Dani Alves ou Adriano Correia, entre outros. O clube não voltou a ser o mesmo desde a sua partida. Nem ele próprio teve a mesma sorte na Roma, e muito menos no seu regresso ao Ramón Sánchez Pizjuán, por volta de 2019, embora tenha levado o clube novamente à conquista da UEFA Europa League, a sua sétima da história.

Monchi, ex-diretor desportivo do Sevillha, com o troféu da UEFA Europa League, em 2023 (Imago)

Em 2023, após terminar a sua segunda passagem pelo Villarreal, Unai Emery foi chamado para o Aston Villa, clube que procurava dar um salto qualitativo no seu projeto, e conseguiram-no: qualificaram-se para a UEFA Champions League através da Premier League, sendo que estão nos oitavos final e com o Club Brugge pela frente. O balanço é extremamente positivo e muito se deve à presença de Monchi.

Logo na primeira janela de transferências, o Aston Villa mostrou serviço. Os Villains colocaram 55 milhões de euros em cima da mesa para contratar Diaby ao Bayer Leverkusen, desejado pelos maiores clubes europeus, convencendo ainda Youri Tielemans a assinar a custo zero, após terminar o contrato com o Leicester City.

Apesar do défice devido aos investimentos, o grande golpe foi dado pelos escassos 9,4 milhões de euros gastos na contratação de Morgan Rogers, hoje uma grande figura da Premier League. Por pouco mais de 30 milhões chegou também Pau Torres, uma garantia para a defesa e um pedido do técnico espanhol, que orientou o atleta em Espanha.

Unai Emery a dar indicações a Pau Torres, ainda no Villarreal (Imago)

Nas saídas, apenas destaque para o empréstimo de Philippe Coutinho, e para os 20 milhões de euros recebidos por Cameron Archer, que seria recomprado no verão por 16 milhões de euros e vendido, apenas um mês depois, por 17 milhões ao Southampton, numa manobra ditada pelo fair-play financeiro.

Este verão, a assinatura de Amadou Onana, jogador que em tempos se dizia estar a caminho do Barcelona, marcou o início da temporada, num negócio no valor de 59,35 milhões de euros. Para acrescentar competição a Lucas Digne na lateral esquerda, chegou Ian Maatsen, contratado ao Chelsea por 44,5 milhões de euros. No capítulo das saídas, Douglas Luiz rumou à Juventus por 51,5 milhões de euros e Moussa Diaby foi para o Al-Ittihad por 60 milhões de euros, deixando um saldo positivo nas contas do clube.

No entanto, o grande mercado surgiu na mais recente janela de inverno. O Aston Villa garantiu os empréstimos de Axel Disasi, Marcus Rashford e Marco Asensio, e ainda as contratações a título definitivo de Andrés García (7 milhões de euros ao Levante) e Donyell Malen (25 milhões de euros ao Dortmund), contratações que já estão a surtir efeito.

Nas vendas, o Aston Villa fez um negócio de ouro com os 77 milhões de euros (mais 13 milhões em bónus) que recebeu do Al Nassr por John Durán, um avançado promissor, mas que ainda não se tinha afirmado como titular. Jaden Philogene, que também assinou este verão, saiu por mais de 20 milhões para o Ipswich e o clube encaixou ainda outros 11 milhões do Fenerbahçe, de José Mourinho, por Diego Carlos.

Mais uma demonstração de competência que deixa os adeptos entusiasmados com a possibilidade de um título no final da época: não conquistam nenhum desde 1996. Para já, estão nos oitavos da UEFA Champions League, nos quartos da Taça de Inglaterra e em 10.º na Premier League, embora a apenas seis pontos do terceiro lugar.

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