Vingegaard: «Nem preparei bem o ataque...»
O dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) confirmou hoje ser, para já, o corredor mais forte da Volta a Espanha, ao vencer isolado a nona etapa, depois de um ataque fulgurante a 10 quilómetros da meta que deixou todos para trás.
Habitualmente visto como um corredor frio e pouco ofensivo - e até criticado por isso, como quando João Almeida (UAE) afirmou que o dinamarquês não puxava muito -, Vingegaard mostrou uma faceta diferente: arriscou, atacou e ganhou tempo aos rivais diretos.
«No momento em que pus a minha equipa à frente antes da última subida, decidimos converter este dia numa batalha entre os homens da geral. Senti-me muito bem todo o dia. Perguntei-lhes se podiam acelerar um pouco mais, fizeram-no, e tentei [o ataque]. Foi um esforço incrível da equipa e estou supercontente de ter podido finalizar. Não o tinha conseguido sem eles», admitiu.
Com o apoio de Matteo Jorgenson, lançou-se à frente a 12 km do fim, levando Giulio Ciccone (Lidl-Trek), que não resistiu ao ritmo e cedeu. A 10 km, o dinamarquês ficou isolado.
«Sendo sincero, se calhar não preparei bem o meu ataque. Pensei que estava mais perto da meta quando arranquei e logo fiquei surpreendido quando vi a marca dos 10 quilómetros. Mas tinha uma vantagem e tinha de continuar», explicou.
Atrás, João Almeida tentou reagir sem grande apoio, já que Juan Ayuso voltou a mostrar dificuldades. Levou consigo Thomas Pidcock (Q36.5), que lhe roubou o segundo lugar e dois segundos de bonificação, e Felix Gall (Decathlon AG2R), que também não colaborou na perseguição.
No fim dos 195,5 km, entre Alfaro e Valdezcaray, Vingegaard triunfou com 24 segundos sobre Pidcock e Almeida, que surge agora como o único capaz de travar o bicampeão do Tour.