Ricardinho fala, em entrevista a A BOLA, sobre o contacto com o goleador e compatriota do Toluca

«Venci o Paulinho em Portugal, falta fazer o mesmo no México...»

Há três portugueses a jogar na elite do futebol mexicano. Ricardinho elogia o avançado do Toluca; com William Carvalho, ainda não deu para falar: «Houve confusão»

Ricardinho, extremo do Juárez, defrontou Paulinho nos quartos de final do Apertura 2025. Acabou por perder o duelo com o compatriota, mas guarda com carinho as conversas e a troca de camisolas com o goleador do Toluca.

— Foram eliminados nos quartos de final do Apertura pelo Toluca, do Paulinho, que até vos marcou um golo. Trocou algumas palavras com ele?

— Admito que neste último jogo não falámos, mas jogámos três vezes contra eles e logo no primeiro falámos. Eu já tinha jogado contra o Paulinho em Portugal, já lhe tinha ganho. No México é que ainda não consegui. Surpreendeu-me muito pela humildade dele. Já sabemos como é em campo, mas a forma como abordou… Trocámos camisolas, trocámos contactos e ele disse que me podia ajudar com qualquer coisa que precisasse no México. No segundo jogo acabámos por falar um pouco, também, mas neste último não falámos. Mas deu logo para perceber o nível de humildade e de qualidade que o Paulinho tem como ser humano. Deu-me algumas dicas sobre o México, disse-me que está muito feliz no país e essa é mais uma prova de que o México e a liga mexicana estão a crescer. Estamos os dois felizes. É um bom sinal.

— Como se explica o fenómeno Paulinho no México?

— O impacto dele também teve a ver com o número de golos que conseguiu fazer desde o início. Depois foi campeão e acaba por ser adorado por todos. Geralmente, quem faz golos como ele faz, tem aquele impacto. E as pessoas também percebem o bom ser humano que ele é. Muito tranquilo e sempre pronto a ajudar. Juntando tudo o que acontece dentro e fora de campo, as pessoas acabam por gostar muito dele.

— Há união entre os jogadores portugueses no México? É que o William Carvalho também está por aí, no Pachuca.

— Joguei contra o William há pouco tempo. O jogo em que nos apurámos foi contra o Pachuca, precisamente. Mas, por acaso, não falei com ele no final, porque até houve alguma confusão entre as equipas [risos]. Acabámos por ir celebrar o apuramento e eles, como tinham sido eliminados, também estavam um pouco chateados. Então, acabei por não abordar o William. Mas é bom vermos que há jogadores dessa qualidade a chegarem ao campeonato mexicano. Não só portugueses, mas também de outras nacionalidades, com percurso na Europa. Sinal de crescimento.

— Falou do Madson, mas há outros jogadores do Juárez que também passaram por Portugal: o Puma Rodríguez, o Oscar Estupiñán… Há aí um grupinho?

—O Madson foi das pessoas que mais me ajudou desde que cheguei. Ele vive no meu condomínio e isso também é bom, para as nossas mulheres estarem juntas. Falamos muito uns com os outros, mas não sei se posso falar num grupinho, porque o plantel é incrível, todos se dão bem. Falamos muito sobre Portugal e posso confessar aqui que todos eles ficaram maravilhados com Portugal, até pensam voltar, um dia. É diferente do México, mas todos adoraram viver em Portugal. E falamos muitas vezes das histórias que vivemos. É muito bom já conhecermos algumas pessoas quando chegamos a um lugar novo.

— E agora vai ser treinado por um português, o Pedro Caixinha. Que expectativas tem?

— As expectativas são boas. O facto de ser português não significa nada, o míster colocará em campo aqueles que achar melhor para as suas ideias e para a sua tática. Mas também será bom para mim, pelo perfil que conheço dele e pela experiência que tem. Vai fazer-me evoluir e vai ajudar-me em termos de carreira. Espero que tenha muito sucesso nesta nova aventura e que sejamos felizes juntos.