Vem aí a maior revolução dos últimos anos: as novas regras e o que vai mudar na F1
A temporada de 2026 da Fórmula 1 vai representar uma nova era na modalidade e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) divulgou, esta quarta-feira, aquela que considera ser a «maior revolução das últimas décadas» no regulamento, com as principais alterações a acontecerem no desenho dos carros e também nos motores que equipam os monolugares. O objetivo, revela a FIA, é «ter uma F1 mais competitiva, segura e sustentável».
As principais mudanças não são propriamente uma novidade, uma vez que já tinham sido anunciadas em 2024: os carros serão menores, mais leves e mais ágeis e o sistema de DRS, que auxiliava os pilotos nas ultrapassagens, vai acabar, sendo substituído pelo Manual Overtake Mode. Com o objetivo de reduzir a pegada ecológica, o motor será metade elétrico, metade de combustão interna e os combustíveis utilizados serão totalmente sustentáveis.
Confira as grandes mudanças
Carros mais leves e mais pequenos
A distância entre os eixos será reduzida em 200mm, a largura total em 100mm e a largura do piso em 150mm .Já o peso mínimo cairá 30 quilos , indo de 800kg para 770kg, sendo que o objetivo a curto prazo passa por chegar aos 724kg.
As mudanças no desenho das asas vão fazer com que o downforce (a força que cola o carro ao asfalto) seja reduzido em 30%, e o arrasto aerodinâmico deverá cair cerca de 55%. De acordo com a FIA, isso significa que os carros serão um pouco mais lentos nas curvas, mas mais rápidos ao saírem delas e nas retas.
Pneus mais estreitos
Os pneus Pirelli vão continuar a ser de 18 polegadas de diâmetro, mas serão reduzidos em 25mm nos dianteiros e 30mm nos traseiros, reduzindo o peso e minimizando o arrasto. A redução de tamanho permitirá poupar cerca de 300 gramas por pneu dianteiro e 500 gramas por traseiro, resultando numa poupança total de 1,6 kg por carro. A Pirelli confirmou ainda que manterá a gama de seis compostos slick, que vai do C1 (mais duro) ao C6 (ultra-macio), tal como em 2025.
Fim do DRS
O DRS (Drag Reduction System) foi descontinuado e vai ser substituído por asas dianteiras e traseiras móveis e cada piloto poderá alternar entre os modos reta e curva. No modo reta, os flaps das asas abrem e reduzem o arrasto aerodinâmico, tornando o carro mais rápido, e pode ser utilizado mesmo que a diferença para o carro da frente seja superior a um segundo, o que não acontecia com o DRS. No modo curva, os flaps das asas ficam nas posições normais e permitirão, por isso, que a velocidade seja maior.
Sem o DRS, haverá então a introdução do 'modo de ultrapassagem', que poderá ser utilizado quando um piloto estiver a menos de um segundo de distância do carro que segue à sua frente. Premindo esse botão, o carro será servido de potência extra a partir da unidade elétrica e, ao contrário do DRS, que estava limitado a algumas zonas da pista, este 'modo de ultrapassagem' pode ser utilizado de uma vez só ou ao longo de toda a volta. A FIA espera, com isto, aumentar a emoção das corridas e permitir ultrapassagens em pontos mais improváveis das pistas.
Motores ecológicos
A partir de 2026, os motores serão divididos em 50/50 entre parte elétrica e de combustão. A potência da unidade elétrica aumentará significativamente, de 120 kW para 350 kW, aumentando a velocidade dos carros. O combustível utilizado pela parte de de combustão interna será 100% sustentável, proveniente de carbono, resíduos urbanos e biomassa não alimentar.
Em relação à potência elétrica, a FIA deu ainda a conhecer dois novos termos: Boost (impulso) e Recharge (recarga). O primeiro refere-se ao uso da energia gerada pelo sistema de recuperação de energia (ERS) e pode ser utilizada pelo piloto de forma ofensiva ou defensiva, dando ao piloto a máxima potência do motor e da bateria com o pressionar de um botão em qualquer lugar da pista. Já o modo Recharge está relacionado com o recarregamento da bateria com a energia cinética recuperada durante travagens para curvas ou ao tirar o pé do acelerador no fim das reta. A forma como é feito este recarregamento é gerida pelo piloto e a respetiva equipa na box.
A nova temporada de Fórmula 1 arranca a 6 de março, com o Grande Prémio da Austrália, e termina a 4 de dezembro, em Abu Dhabi. O campeão em título é o inglês Lando Norris (McLaren).