Vasco Seabra: «Pusemos fim a um ciclo que não queríamos»

O Arouca, que ascendeu aos 12 pontos, quer catalisar a resposta positiva do regresso às vitórias (1-0) diante do Alverca e transpô-la para o Estádio de São Miguel, nos Açores, onde o aguarda um Santa Clara à distância de apenas três pontos. Confiante na retoma dos bons resultados, o treinador Vasco Seabra voltou a colocar o foco na capacidade de resiliência dos lobos, que voltam a defrontar, no domingo, um adversário exigente.

«O Santa Clara é uma equipa difícil, demonstrou-o recentemente frente ao SC Braga e ao Sporting, é uma equipa muito combativa e competente. Tem capacidade para jogar em diferentes nuances e posicionamentos. Por isso, cabe-nos explorar os espaços e protegermo-nos dos ataque que o Santa Clara faz. Queremos ter consistência para darmos continuidade ao nosso processo», projetou o técnico dos arouquenses, elogiando ainda a capacidade de reação da sua equipa face às adversidades.

«Pusemos fim a um ciclo que não queríamos e demonstramos crescimento dentro da adversidade.  Vencer o Alverca foi um momento de festejo, mas também de responsabilização para fazermos mais e melhor semana após semana para atingirmos aquilo a que nos propusemos. O campeonato é muito competitivo, muito difícil e obriga-nos a estar sempre em alerta e no limite», referiu, descartando a existência de quaisquer resquícios emocionais negativos de um passado recente marcado por seis desaires consecutivos.

«A nossa equipa não largou nunca o processo, no Arouca nunca ficamos no chão em desespero e em sentimento de vitimização. Não somos uns coitadinhos a quem tudo acontece. O nosso espírito é: se está duro e difícil, temos de ir à luta e combater para nos mantermos nos bons momentos. Tenho confiança no plantel, há uma grande responsabilidade na ligação com a administração, com o presidente e o diretor geral, temos estado sempre alinhados naquilo que fazemos. Se mais à frente tivermos três ou quatro vitórias seguidas, nessa altura também não direi que somos perfeitos. Confio que temos plantel, capacidade, estrutura e vitalidade interna suficiente para sairmos desta situação em que estávamos mais desconfortáveis e darmos continuidade aos melhores sinais da equipa», frisou.

Não obstante os resultados, Vasco Seabra vincou ainda o respeito que os adversários do Arouca têm tido pela equipa que conduz.

«Não sinto que os nossos adversários que vão jogar contra nós sintam que logo à partida estão próximos de ganhar, porque acham que o Arouca é mais frágil do que eles. Pelo contrário. Apesar da situação em que estivemos, sinto que a forma como os adversários quando vêm jogar contra nós, na forma como nos procuram condicionar e pressionar, demonstram respeito por aquilo que são nossas características e capacidades. Sinto que reconhecem o nosso processo, que a equipa tem qualidade e que não tem o número de pontos que provavelmente deveria ter. Sempre nos defrontaram com uma exigência grande e com um nível muito alto de foco e concentração», explicou.

Questionado ainda sobre a ausência golos por parte dos pontas de lança do plantel – Nandín e Barbero (os mais utilizados) e Jansonas, ainda não se estrearam a marcar em 16 partidas oficiais – Vasco Seabra reiterou a confiança no trabalho do trio de avançados.

«Eles podem dar outras coisas que não apenas marcar golos. Gostava e continuo a ter a convicção grande de que eles vão fazer vários golos cada um. Ficava feliz que os fizessem porque todos gostamos de ver a equipa ganhar jogos.  Fazer golos é um momento de êxtase, mas eles têm dado tudo pela equipa e o que lhes falta é a cereja no topo do bolo. Continuo a ter a confiança neles e ficava feliz se os marcassem», confessou.

Fora do encontro da 15.ª jornada estão apenas Mateo Flores e o internacional Amadou Danté, convocado para Seleção do Mali que vai disputar a Taça das Nações Africanas. De volta às opções estão o médio Taichi Fukui e lateral direito Alex Pinto, após cumprirem um jogo de suspensão na ronda anterior.