Jogadores do Santa Clara durante a eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting nos Açores - Foto: EDUARDO COSTA/LUSA
Jogadores do Santa Clara durante a eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting nos Açores - Foto: EDUARDO COSTA/LUSA

Sindicato dos Jogadores mostra-se solidário com o plantel do Santa Clara

Açorianos vão jogar pela terceira vez em sete dias, depois das derrotas com o SC Braga e Sporting, sendo que o jogo polémico nos Açores para a Taça de Portugal teve prolongamento. Jogo com o Arouca para a Liga pode ser adiado

Na sequência da vitória polémica do Sporting frente ao Santa Clara nos oitavos de final da Taça de Portugal (3-2), após prolongamento, o Sindicato dos Jogadores emitiu um comunicado esta sexta-feira a mostrar-se solidário com o plantel dos açorianos, revoltados com a densidade do calendário, tal como o demonstraram nas redes sociais.

«Uma luta de toda a classe, para a qual é precisa a mobilização de todos», começou por escrever. «O Sindicato dos Jogadores manifesta total compreensão e solidariedade com a revolta do plantel do Santa Clara, relacionada com a falta de descanso e preparação adequada do próximo jogo frente ao Arouca, depois de um jogo com prolongamento para a Taça de Portugal», disse, sendo que a equipa de Vasco Matos jogou 90 minutos na segunda-feira em Braga (0-1), 120' na quinta-feira com os leões (2-3) e volta a jogar em casa com o Arouca para a Liga, já esta segunda-feira, o último jogo do ano.

«O problema da sobrecarga competitiva e da má gestão dos calendários está na agenda do Sindicato dos Jogadores e da FIFPRO, a nível internacional, há vários anos, com estudos anuais que indicam a necessidade de medidas que protejam a saúde, física e mental, e o bem-estar dos atletas. Nenhuma outra organização desportiva tem trabalhado esta matéria como o Sindicato dos Jogadores, procurando, por todos os meios políticos e institucionais ao seu alcance, colocar o tema nas prioridades da Liga, da Federação e do Governo», garantiu, atribuindo culpas para a Liga.

«Salienta-se, aliás, que a gestão dos calendários é feita exclusivamente pela Liga e as decisões sobre marcação ou adiamento de jogos regulamentadas entre clubes, não havendo dos protagonistas do jogo, infelizmente, um direito a intervir e vetar decisões que põem em risco a sua saúde e bem-estar, potenciando o risco de lesões. Assim, o Sindicato dos Jogadores adere com total empenho às reivindicações dos jogadores do Santa Clara, acolhendo as suas preocupações e dando-lhes as boas vindas a esta luta de toda a classe», explicou, esperando por uma solução o mais rapidamente possível.

«Esperamos que haja a capacidade da Liga e dos clubes envolvidos – Santa Clara e Arouca – para encontrar uma solução para este problema, mas também que haja uma reflexão séria em Portugal sobre a organização dos calendários e medidas que protejam os jogadores, sobrecarregados por: número de jogos; falta de descanso no intervalo entre jogos; viagens e períodos de concentração contínuos sem o respeito pelos períodos de repouso ou férias. Todos estes problemas põem em causa os profissionais e a integridade da competição», atirou, sendo que o adiamento deste jogo seria uma possibilidade e deixando uma nota final.

«O Sindicato dos Jogadores desafia, ainda, os clubes lesados a aderirem a esta luta, de uma forma regular e concertada para uma efetiva mudança e não apenas a reagir, quando surge um problema. A saúde dos jogadores estará sempre em primeiro lugar e, acima de qualquer valor, é irrenunciável e defendemos uma ação musculada de toda a classe para a defesa desse direito», finalizou.