Uma tour às novas instalações do Alverca (vídeo)
O símbolo do Alverca está espalhado por várias paredes, mas uma delas, à porta do balneário da equipa da casa, chama a atenção por outro motivo. «Alex eterno», pode ler-se numa curta mensagem, que acompanha uma enorme imagem do malogrado Alex Apolinário. O antigo jogador, que marcou um golo que eliminou o Sporting da Taça de Portugal, morreu a 7 de janeiro de 2021 após cair inanimado em campo, durante um encontro do Alverca com o União de Almeirim, para o Campeonato de Portugal.
«É uma homenagem que fizemos ao Alexinho, que acaba por ser eterno. E precisamos de mais imagens, esta acaba por ser de infelicidade, esperamos agora que venham imagens de felicidade. Esta até já estava no balneário antigo e é uma pessoa que vai ficar nas memórias das gentes de Alverca» conta Pedro Alves, diretor desportivo da equipa desde março deste ano e que fez questão em preservar a história do clube.
A conversa continuou no corredor que liga as principais salas de apoio à equipa – a de massagens, dos técnicos, de imprensa, o balneário adversário, gabinete de nutrição, controlo antidoping. Há tantos símbolos do Alverca por todo o lado que facilmente lhes perdemos a conta. Símbolos em imagens, mas também pessoas que simbolizam o espírito do clube.
«Se não formos à Liga dos Campeões, ele tem o lugarzinho à disposição»
Enquanto falava com A BOLA, Pedro Alves trazia funcionários para a conversa, entre eles o Sr. Nunes, roupeiro do Alverca há 14 anos.
«Não nasci em Alverca, mas a minha vida tem sido toda aqui. Gostamos de defender as nossas cores e de defender o nosso clube. Quem vem é sempre bem-vindo, faz parte da nossa família», conta o Sr. Nunes, como é referenciado por todos.
Pedro Alves diz que depois vamos falar com «a pessoa mais importante do Alverca, a seguir ao Sr. Nunes, que e é o Sr. Trinca». No caso, Vinícius Trinca, que jogou no Alverca nas distritais em 2017/18 e depois «acompanhou a mudança toda» do emblema, diz Pedro: «Tem o termo de comparação, até muito mais do que eu, do que era antes e o que é hoje.»
Trinca não perde tempo em responder ao colega. «Primeiro, o Pedro falou mal, eu sou o pai dos jogadores.» «Peço desculpa», diz Pedro, com um sorriso. «Mas a nível de mudanças», explica Trinca, «não tem nada a ver. Estou cá há oito anos e o que a gente tinha e o que temos agora é completamente diferente. Eu apanhei desde os distritais até este momento.»
«Se não formos à Liga dos Campeões, ele tem o lugarzinho à disposição», remata Pedro, sempre pronto para o bom-humor.
A meio do corredor que compõe o coração da estrutura alverquense está o túnel que dá acesso ao palco verde. Com alguns feixes de luz de cada lado, é inevitável não imaginar todos os grandes artistas que já passaram e que vão passar por ali para atuarem nesta casa renovada. Que não ficará por aqui.
«Temos um campo, com a ajuda da Câmara Municipal, deram-nos um terreno ao lado do centro de formação onde nós estamos a construir o nosso centro de treinos», conta Pedro, já no relvado do estádio: «É tentar encontrar soluções para que não possamos treinar aqui por trás da baliza, para que tenhamos um relevado mais capaz de suportar 17 jogos, pelo menos, em casa, a um nível altíssimo.»
A lição final, é dada por Pedro, com o sorriso que não o larga, citando o Sr. Nunes: «Este tem de ser o maior clube de Portugal, como diz o Sr. Nunes. O Ribatejo é muito pequeno e nós temos de ser o maior de Portugal.»