Gil Vicente regressou aos triunfos na Liga, após dois jogos sem vencer. (FOTO: Estela Silva/LUSA)
Gil Vicente regressou aos triunfos na Liga, após dois jogos sem vencer. (FOTO: Estela Silva/LUSA)

Um verdadeiro Pablito colocou um travão nos cónegos (crónica)

Gilistas impuseram a primeira derrota da temporada ao Moreirense, com um dos golos a resultar de um lance de génio; César Peixoto foi audaz e acabou por colher os três levando os três pontos deste dérbi minhoto

O Gil Vicente terminou com a série vitoriosa do Moreirense, vencendo por 2-0, em sua casa, graças a um enorme golo de Pablo Felipe. Tendo em conta o nome, até fez lembrar um tal de Pablito Aimar que tanta magia pintou pelos relvados nacionais. Gustavo Varela fechou o resultado.

A equipa da casa entrou bem melhor na partida e teve logo duas boas aproximações à baliza do Moreirense, sendo que numa delas, Santi García ficou perto de inaugurar o marcador, mas o cabeceamento saiu ao lado. O jogo foi ficando mais equilibrado e iam sendo raras as ocasiões de perigo.

A chuva apareceu pelo Minho, sensivelmente, a meio da primeira parte, no entanto nem assim o ritmo acelerou, com as equipas bem encaixadas e sem conseguirem fazer desatar o nulo no marcador. Já pela meia-hora, numa má saída dos gilistas, Cédric Teguia serviu Schettine, mas o melhor marcador do campeonato não conseguiu melhor do que um remate em arco ao lado da baliza de Andrew.

O marasmo continuou até ao apito para o intervalo, com ambas as formações a demonstrarem pouca ambição, ficando demasiado presas ao aspeto tático do jogo e isso traduziu-se num enorme bocejo para as bancadas do Estádio Cidade de Barcelos.

César Peixoto tentou dar um safanão no encontro, fazendo duas substituições no reatamento, trocando os extremos e deu-se bem. Pablo recebeu a bola e partiu para uma jogada genial, na qual ultrapassou os centrais dos cónegos com categoria e depois finalizou de pé esquerdo, colocando os gilistas na frente do marcador.

O segundo não teve longe de aparecer pelos 60’, num remate forte de Luís Esteves, porém Caio Secco respondeu bem e evitou novo dissabor para os visitantes. Em vantagem, a equipa da casa foi gerindo a partida, sem permitir que os cónegos se aproximassem com perigo junto da sua baliza. Perto do final, Jimi Gower, em estreia, colocou a bola no fundo das redes, mas foi apanhado em fora de jogo.

Já nos descontos, Gustavo Varela estabeleceu o resultado final, correspondendo de forma certeira, de cabeça, ao cruzamento de Murilo. Assim, o Gil Vicente regressou aos triunfos, após dois jogos sem vencer, somando agora sete pontos. O Moreirense sofreu o primeiro desaire da temporada, colocando um ponto final ao registo histórico alcançado neste arranque de campeonato. Já o seu técnico, Vasco Botelho da Costa conheceu o sabor da derrota, praticamente, seis meses depois, pois não perdia desde 8 março com Penafiel, na Liga 2, ao serviço do Alverca.

As notas dos jogadores do Gil Vicente: Andrew (5), Zé Carlos (5), Marvin Elimbi (6), Jonathan Buatu (6), Ghislain Konan (6), Facundo Cáseres (6), Luís Esteves (6), Sergio Bermejo (5), Santi García (6), Martín Fernández (5), Pablo Felipe (7), Murilo (6), Agustín Moreira (5), Hevertton Santos (5), Zé Carlos Ferreira (5) e Gustavo Varela (6).

Melhor em campo: Pablo Felipe (nota 7)
O avançado brasileiro apontou um golo de antologia, num lance espetacular, no qual driblou com categoria os defesas adversários e depois finalizou com classe, de pé esquerdo, perante Caio Secco. Um tento que também desbloqueou um jogo demasiado amarrado e que foi o tiro de partida para o regresso aos triunfos da sua equipa. Grande partida do dianteiro, de 21 anos.

As notas dos jogadores do Moreirense: Caio Secco (5), Dinis Pinto (5), Marcelo (4), Maracás (4), Álvaro Martínez (5), Mateja Stjepanovic (5), Afonso Assis (5), Kiko Bondoso (5), Alan (5), Cédric Teguia (5), Guilherme Schettine (5), Lawrence Ofori (5), Diogo Travassos (5), Landerson (5), Yan Maranhão (5) e Jimi Gower (-).

A figura: Guilherme Schettine (nota 5)
O melhor marcador do campeonato foi dos mais inconformados e, sempre que teve oportunidade, procurou colocar o seu nome na lista de goleadores. No entanto, nas duas chances de que dispôs não foi capaz de dar continuidade ao seu bom momento de forma. Na primeira rematou em arco, por cima, e na segunda foi em força, mas saiu ao lado da baliza do Gil Vicente.

Vasco Botelho da Costa

A derrota explica-se com a agressividade que fomos perdendo ao longo do tempo, quer na pressão, quer na capacidade de disputar a bola com os jogadores do Gil Vicente. O primeiro golo nasce num momento em que não fomos capazes de pressionar bem o portador da bola. A diferença prende-se por aí, pois as equipas não se feriram uma à outra.

César Peixoto

Defrontámos uma boa equipa, com bons jogadores e a vitória resulta de um grande trabalho dos meus jogadores. Uma primeira parte um pouco amarrada, mas na qual fomos mais incisivos na procura do golo. Na segunda parte corrigimos e fomos capazes de dominar o jogo sem bola e com a mesma fomos mais agressivos. A vitória assenta-nos bem.

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