Moreirense: de Vasco Sousa ao arranque histórico, Botelho da Costa não fugiu a nada
O Moreirense está a protagonizar um arranque nunca visto na Liga e, nesta altura, divide a liderança com FC Porto e Sporting. Amanhã, em caso de triunfo ou empate na deslocação a Barcelos, onde vão defrontar o Gil Vicente, os cónegos assumem o primeiro lugar de forma isolada e... provisória. Mas Vasco Botelho da Costa não entra em deslumbramentos. O plantel continua focado «no dia a dia».
«Os resultados anteriores influenciam o dia a dia. Quando ganhamos, temos muito mais confiança e as coisas saem de forma natural, mas tenho dito muitas vezes que não quero que sejam os resultados a balizar o nosso trabalho diário. Não é por termos ganho que somos uma equipa imbatível, temos os nossos pontos menos bons a melhorar, como todas as equipas. Depois, ainda há a dimensão estratégica do Gil Vicente, que tem as suas mais-valias. As vitórias dão-nos maior tranquilidade, mas provocam relaxamento e a falsa sensação de que está tudo bem, o que pode ser um adversário extra. Queremos evitar isso», afirmou o treinador do Moreirense, que considerou que a passagem de César Peixoto pelo Moreirense não significa uma vantagem extra para o homólogo gilista.
«Podemos ver a coisa de outro prisma: os nossos jogadores também o conhecem a ele. Isso faz parte, não é algo a que eu dê importância. No caso do Moreirense, mudou a equipa técnica e, no caso do Gil Vicente, mudaram os jogadores. Não terá uma relevância extrema», sublinhou Botelho da Costa, em conferência de Imprensa.
Em termos táticos, o técnico de 36 anos promete um Moreirense «fiel» à identidade que tem demonstrado e não deixou de elogiar o adversário desta sexta-feira. «O Gil, do ponto de vista tático, apresenta semelhanças ao que já defrontámos nesta temporada. Porém, nunca é a mesma coisa, porque os jogadores são diferentes e há, neste caso, alguma versatilidade na construção do meio-campo, com um ou dois jogadores posicionais. São situações que encontrámos em várias equipas do campeonato e assim preparámos o jogo. Sabemos bem que adversário teremos pela frente, não iremos fugir à nossa identidade e tentamos olhar para o jogo tentando ser a equipa que queremos ser. Agressiva com bola e agressiva nos momentos de recuperação. Os jogos fora de nossa casa são sempre difíceis, e o Gil Vicente já demonstrou ser competitivo», avisou Vasco Botelho da Costa, sem fugir a uma questão sobre os reforços assegurados esta semana — Diogo Travassos e Luís Semedo — e... Vasco Sousa, que está muito perto de ser emprestado aos cónegos pelo FC Porto.
«Ainda que o trabalho seja de toda a estrutura, o meu maior foco é trabalhar com quem cá está. O Diogo e o Luís são jogadores com formação de equipa grande. São jovens para potenciar e que encaixam no projeto do Moreirense. Apesar da juventude, estão preparados para a exigência da Liga. O que procuramos é ter um plantel com soluções diferentes e, em simultâneo, homogéneo. O Travassos não é idêntico ao Dinis Pinto, mas o nível é semelhante. Esse é o nosso objetivo», vincou o jovem treinador, sensível à adesão dos adeptos ao bom momento do Moreirense.
«Sentimos muito apoio no jogo com o V. Guimarães. Sabíamos que, pela grandeza do Vitória, ia ser um grande número de visitantes, mas conseguimos ouvir os nossos adeptos. Soube esta manhã que iremos ter autocarros cheios para Barcelos e isso enche-nos de orgulho, porque faz parte do nosso projeto. Um dos grande objetivos é sentirmos que os adeptos se identificam connosco e com o projeto», rematou.
Para o duelo com o Gil Vicente, referente à 4.ª jornada da Liga e marcado para as 20h15 de sexta-feira, Vasco Botelho da Costa ainda não poderá contar com Michel, Guilherme Liberato, Benny e Rodrigo Alonso. O médio espanhol foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao joelho esquerdo e vai parar pelo menos seis semanas.