Memorial de Diogo Jota em Anfield, Liverpool
Memorial de Diogo Jota em Anfield, Liverpool - Foto: IMAGO

Três meses sem Diogo Jota: como está o memorial em Anfield

Português não foi esquecido em Liverpool e tributo nas imediações do estádio cresce ainda mais. Homenagens estendem-se dentro do estádio, mas o seu nome foi retirado do balneário

LIVERPOOL - Três meses sem Diogo Jota. Foi no dia 3 de julho de 2025 que o jogador do Liverpool e o seu irmão André Silva perderam a vida num trágico acidente rodoviário em Espanha, uma notícia que abalou o mundo do futebol, e não só, levando a inúmeras homenagens.

Muitos desses tributos aconteceram naturalmente em Inglaterra e Portugal, mas talvez o maior de todos seja precisamente em Liverpool, nas imediações do estádio em Anfield. Lá, foi criado um memorial permanente a Diogo Jota e foram milhares, se não mesmo milhões, as pessoas que passaram para se despedirem do português durante estes 92 dias, incluindo a A BOLA.

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Muitas figuras do futebol apareceram, colegas de equipa, antigos companheiros, alguns portugueses e até rivais na Premier League, além de muitos outros adeptos que quiseram deixar algo seu na relva destinada ao luso. Camisolas oficiais de todos os tipos e feitios, imensos cachecóis, bandeiras, incluindo a portuguesa, flores, mensagens e até… dois comandos de Playstation 5. Jota era conhecido por ser um embaixador dos videojogos e dois adeptos até fizeram questão de deixar lá o seu comando, com dedicatória especial para o jogador.

Comando da Playstation 5 deixado no memorial de Diogo Jota - Foto: D.R.

No entanto, os tributos estenderam-se para além daquela zona do memorial: na parede de um dos bairros à volta do estádio há uma obra de arte para o português, e com uma mensagem especial, e nem os postes se livraram de serem escritos pelos adeptos, com mais dedicatórias – Nunca caminharás sozinho (Y.N.W.A), Diogo Jota, o nosso número 20. Era maioritariamente isso o que se lia, mas também referências ao seu famoso cântico: «Oh, ele usa o número 20. Ele vai levar-nos à vitória. E quando ele corre pela ala esquerda. Ele corta para dentro e marca para o LFC. Ele é um rapaz de Portugal. Melhor do que o Figo, não sabias? Oh, o nome dele é Diogo!»

Obra de arte dedicada a Diogo Jota e ao seu irmão André Silva em Anfield - Foto: Imago

Até numa zona dedicada (supostamente) apenas ao desastre de 1989 em Hillsborough, em que 97 adeptos do Liverpool perderam a sua vida devido à sobrelotação no estádio em Sheffield - foi o maior desastre do futebol inglês -, há quem tenha deixado homenagens também a Jota.

Diogo Jota e André Silva no memorial de Hillsborough - Foto: D.R.

Já dentro do estádio, o dado mais relevante é o do balneário: numa forma da memória de Diogo Jota não desaparecer – o que é impossível – o clube deixou um lugar reservado para o português. Inicialmente, estava lá o seu nome, ao lado de Mamardashvili e de Ekitiké, ambos reforços de verão e que não chegaram a conhecer o jogador, mas, entretanto, foi retirado o nome e está apenas um lugar completamente vazio. Segundo o que revelou um funcionário do clube à A BOLA, o nome de Jota causava um peso emocional demasiado grande nos jogadores antes dos jogos e decidiram retirá-lo, mas mantendo o seu lugar no balneário entre os jogadores.

Balneário do Liverpool, com espaço para Diogo Jota, mas sem o nome - Foto: D.R.

Dentro de Anfield, nas paredes dos corredores, há mais zonas em que o clube deixou fotografias a lembrar Jota. A maioria delas referentes à conquista da Premier League na última temporada, o seu último título - antes de vencer a Liga das Nações por Portugal. Durante a visita guiada ao estádio foram feitas várias referências ao português, muitas delas em vídeos em que era figura de destaque, com alguns dos seus golos a serem recordados, incluindo o último ao Everton no dérbi. Por outro lado, no museu, há um pequeno espaço dedicado apenas para Diogo Jota e o seu irmão, André Silva, logo ao lado do troféu do 20.º campeonato do clube inglês, que ajudou a conquistar.

Espaço para Diogo Jota e André Silva no Museu do Liverpool - Foto: D.R.

Por fim, mas igualmente importante, o Liverpool continua a vender e a fazer camisolas na sua loja oficial com o nome de Diogo Jota nas costas, com o número 20, incluindo nos novos equipamentos desta temporada - que o português não chegou a vestir. No entanto, é só isso que os funcionários estão autorizados a fazer: o clube proibiu totalmente a venda de qualquer tipo de objetos - canecas, cachecóis ou até cartazes - relacionados com o luso, restringindo-se apenas e só a camisolas. Nada mais.

Antes do início da temporada, os reds anunciaram a decisão de retirar por completo a camisola número 20 em todos os escalões de futebol do clube, mas não impediram os adeptos de as usar. Aliás, caso alguém queira comprar uma, todos os lucros vão para a instituição de caridade oficial do clube, a Fundação LFC, para criar um programa de futebol de base em nome de Diogo Jota. O custo do equipamento é de aproximadamente 156 euros e, sem surpresas, a camisola 20 de Jota foi uma das mais vendidas esta temporada no clube.