«Transformei a raiva em vontade»: campeão do mundo regressa após dois anos suspenso

Depois de dois anos suspenso, Papu Gómez está de regresso ao ativo e prepara-se para fazer a estreia ao serviço do Pádua, clube da Serie B italiana pelo qual assinou no verão.

Campeão do mundo pela Argentina em 2022, o criativo de 37 anos foi suspenso em outubro de 2023, após ter acusado positivo à substância terbutalina durante um teste antidoping.

Apresentado agora como jogador do Pádua, Papu confessou que os últimos largos meses foram difíceis, mas mostrou-se motivado com o regresso aos relvados.

«Não sinto pressão, mas sim a responsabilidade de vestir esta camisola e de representar os adeptos do Pádua. Sei que estou a representar esta cidade a nível mundial, mas isso traz-me uma grande alegria, tal como jogar com esta camisola. Espero fazê-lo por muitos anos», começou por dizer, citado pela imprensa italiana.

«Os primeiros meses foram os mais difíceis. Não sabia o que fazer, se devia continuar a jogar. Olhava para a suspensão e dois anos é muito tempo. Não sabia o que fazer, mas, pouco a pouco, transformei a raiva em vontade de voltar a jogar. Pensei no momento do regresso e em poder retirar-me em campo, quando eu quisesse. Treinar todos os dias e manter-me em forma ajudou-me a superar as dificuldades», continuou.

O internacional argentino revelou que teve propostas da Argentina e dos Emirados Árabes Unidos e que tem como objetivo pôr o Pádua novamente na Serie A. Sobre a condição física, garantiu que está pronto para jogar.

«Sinto-me bem. Treinar sozinho não é o mesmo que treinar com a equipa, mas esforcei-me muito para tornar os treinos individuais o mais divertidos e eficazes possível. É difícil treinar sem poder jogar, treinas, mas tens dificuldade em integrar-te a 100 por cento no grupo. Sei que demorarei muito pouco tempo a voltar aos 100 por cento, porque fisicamente estou bem. Venho de dois anos de preparação, mas estes pequenos problemas podem acontecer. Juntamente com a equipa técnica, vamos avaliar e decidir o que fazer.»

«Foi um percurso cheio de aprendizagens. Aprendi muito, soube pegar nas coisas negativas e tentar transformá-las em positivas. Senti-me sozinho em algumas circunstâncias, apesar de ter a família por perto. Muitas pessoas desapareceram. Quando és campeão, todos estão presentes. Nos momentos difíceis, nem sempre é assim. Agora, tento ver mais o lado positivo das coisas. Aprendi também a viver o presente. Um futebolista não deve viver do passado ou do futuro, mas sim desfrutar do presente, tentando dar o seu máximo», confessou ainda, sobre a aprendizagem que a suspensão lhe proporcionou.

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