Morreu o adepto que carregou Maradona aos ombros no México 86
A imagem de Diego Armando Maradona a erguer o troféu do Mundial em 1986 é uma das mais icónicas da história do futebol. Roberto Cejas, o homem que estava a carregar El Pibe nos ombros nesse momento, morreu no passado fim de semana, aos 68 anos, vítima de doença prolongada, segundo informações da imprensa argentina.
O adepto argentino, que tinha 29 anos na altura da final no Azteca, na Cidade do México, saltou o fosso do estádio e entrou no relvado mal o árbitro apitou para o final da partida frente à Alemanha Ocidental (3-2), que consagrou a seleção sul-americana como campeã do Mundo pela segunda vez.
Há cinco anos, após a morte de Maradona, Cejas contou ao jornal Clarín como ficou chocado com a morte de Diego: «Voltei do trabalho e estava a preparar a minha refeição quando recebi uma mensagem do meu irmão. Pensei que fosse uma piada. Era impossível que algo assim acontecesse, eu acreditava que ele era imortal.»
E depois o adepto contou a aventura que o levou à final no México 86 e o imortalizou numa fotografia lendária. Em 1986, Cejas jurou aos colegas de trabalho que, caso a Argentina eliminasse a Bélgica nas meias finais, viajaria para a Cidade do México. Acabou por viajar com amigos sem bilhetes, um dia antes da grande final, e, para entrar no estádio, relata que fpi preciso «subornar» o controlador de uma das portas: «Demos-lhe 17 dólares para que nos deixasse entrar.»
Depois do apito final e da conquista albiceleste, veio a euforia e Cejas saltou para o relvado sem pensar duas vezes, deparando-se com Maradona em pouco tempo: «De repente, ficámos frente a frente e no segundo a seguir já o tinha aos ombros. Não fui buscar o Diego. Quando me dei conta, tinha-o em cima de mim e dava a volta ao estádio com aquele calor todo. Ele só me dizia: 'Leva-me para aqui, leva-me para ali'».
Um gesto espontâneo acabou por eternizar Cejas na história do futebol, dando origem a uma imagem que chegou a ser capa de vários livros.
Depois dessa conquisa inesquecível, o argentino acompanhou a sua seleção em vários torneios, mas falhou as finais dos Mundiais de 1990 e de 2014, ambas perdidas pela albiceleste. No Mundial 2022 no Qatar, com a ajuda de várias pessoas, marcou presença no jogo do título frente à França, vencido no desempate por grandes penalidades, após um eletrizante 3-3.
Antes da final diante dos gauleses, tinha dito, em tom de bricadeira, que ia tentar levantar Leo Messi nos festejos.