«Tive de me retirar por causa do racismo dos meus colegas»

Luther Burrell, antigo internacional inglês de râguebi, revelou que teve de terminar a carreira por causa do racismo de que foi alvo quando jogava nos Newcastle Falcons, que resultaram depois numa queixa pública.

Em 2022, numa entrevista ao Mail on Sunday, Burrell denunciou que sofria de racismo «abundantemente». Desde então, apenas voltou a jogar três jogos, convidado pelos Barbarians.

«Tive de retirar-me por causa do que aconteceu. Queria continuar a jogar, claro. Insisti nisso, mas desisti quando soubemos que havia investigações em curso. Foi difícil. Tive de aceitar o destino e aceitar que este processo é muito maior do que eu», afirmou, à BBC Sport.

Um relatório da Rugby Football Union (RFU), de abril de 2023, concluiu que as queixas de Burrell eram verdadeiras, mas que não havia sido possível obter provas suficientes de que os incidentes de racismo haviam ocorrido em Newcastle.

Além de ter sofrido de preconceito no clube, também na seleção inglesa passou por algo semelhante: «Tive várias experiências traumáticas nos estágios da Inglaterra. Alguma discriminação e uma mentalidade antiquada. Inaceitável. É algo que foi disfarçado de brincadeira. Com o tempo, quase que acreditamos que é normal, que está tudo bem, que não há maldade, mas isso é um absurdo», disse.

Burrel, refira-se, criou uma fundação, a 12 Foudation, com o objetivo de ajudar crianças em comunidades mais carenciadas a prosperarem dentro e fora do campo.

«As minhas intenções são puras, quero ver a evolução do jogo e se ninguém mais estiver preparado para partilhar a sua história, continuarei a lutar porque não estou a fazer isto apenas por mim. Temos a obrigação de tornar o desporto o melhor possível e, quanto mais eu falar sobre isto, espero que outros se sintam mais confortáveis ​​em partilhar as suas próprias histórias também», afirmou.

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