Manchester United saiu derrotado na casa do Aston Villa e perdeu Bruno Fernandes ao intervalo por lesão. #DAZNPremier

Tão perto da descida como do topo: assim chega o Man. United ao Natal

Segundo melhor ataque da Premier League é também a sexta pior defesa. Números não enganam: o plano ofensivo melhorou muito, mas o defensivo fica bastante aquém

A derrota do Manchester United frente ao Aston Villa, por 1-2, na jornada 17 da Premier League confirmou que os red devils, treinados por Ruben Amorim e com Bruno Fernandes e Diogo Dalot, chegarão ao Natal com uma estatística curiosa: estão, nesta fase, com menos 13 pontos do que o Arsenal, líder da Premier League, e com mais 13 que o West Ham, 18.º classificado e primeiro clube em zona de despromoção.

Está, então, prestes a terminar a primeira volta do campeonato inglês e o balanço que pode ser feito ao Manchester United é, sobretudo, de altos, lá no topo, e baixos bem profundos. A inconsistência tem sido um dos principais fatores de preocupação para Amorim, que já em várias ocasiões falou da necessidade que a equipa tem de manter o foco ao longo de 90 minutos. Isso tem levado a resultados dos mais diferentes tipos: desde a derrota por 0-1 frente ao Everton, que jogou com menos um desde os 13 minutos, ao empate a um golo com o West Ham, antepenúltimo da Premier League, passando pela derrota por 1-3 em casa do Brentford, muitos foram os resultados que puseram 'de cabelos em pé' os adeptos do Manchester United. Por outro lado, a equipa também já viveu uma série de cinco jogos consecutivos sem perder na Premier League, que incluíram uma série de vitórias por 2-1 frente ao Liverpool, por 4-2 contra o Brighton e por 2-0 contra o Sunderland, todas elas exibições largamente elogiadas.

A disparidade entre golos marcados e sofridos é uma das razões para esta posição do Manchester United na tabela. Os red devils investiram mais de 220 milhões de euros em Mbeumo, Matheus Cunha e Sesko esta temporada e, em termos ofensivos, as coisas estão a melhorar. O Man. United é o segundo melhor ataque da Premier League, com 31 golos marcados, os mesmos que o Arsenal, e só fica atrás do Manchester City, que já marcou em 41 ocasiões (19 delas saíram dos pés de Haaland). A questão da eficácia parece estar a resolver-se, pelo menos, segundo a estatística de golos esperados, que está em 32, para a equipa que, com 281 remates, mais chutou à baliza na Premier League — o segundo é o Liverpool, que atirou 258 vezes.

Se os números ofensivos não são motivo de preocupação, os defensivos... fazem soar os alarmes. O segundo melhor ataque da Premier League é também a sexta pior defesa, com 28 golos sofridos. O Bournemouth, que está em 15.º lugar, sofreu 26, e o Nottingham Forest, que ocupa a 17.ª posição, sofreu 25. O Manchester United sofreu mais 4,78 golos do que o indicado pela estatística de golos contra esperados (xGA), 23,22, ou seja, sofreu mais do que se esperava.

A transformação da equipa de Ruben Amorim continua e se, por um lado, em termos ofensivos os red devils continuam a responder com sucesso, é mais difícil de dizer o mesmo no que toca ao momento sem bola. Os reforços já chegaram para o ataque, mas, apesar do crescimento no rendimento de Casemiro, os 33 anos já se fazem sentir, sobretudo nos momentos mais adiantados dos encontros. Ugarte, por seu turno, atravessa um recorde de sete jogos consecutivos a perder quando titular na Premier League e também aparenta ser insuficiente para as aspirações do Manchester United, que tem figuras como Elliott Anderson, Carlos Baleba ou Adam Wharton referenciadas para reforçar o miolo.

As melhorias continuam, com momentos ascendentes e descendentes, que deixam, para já, o gigante inglês tão distante, em termos pontuais, do lugar do campeão como do Championship.