Taça do Mundo de ciclocrosse: Nys supersónico e Van Aert sem chispa
Em Dendermonde, na Bélgica, oitava etapa da Taça do Mundo de ciclocrosse, seis ciclistas entraram juntos na última volta, cada um com razões para sonhar — e cada um ciente de que qualquer erro ali poderia custar caro.
Sem o domínio de Mathieu van der Poel, a atenção voltou-se naturalmente para Wout van Aert. Competindo em casa, diante de uma plateia que distingue coragem de sofrimento, o belga da Visma-Lease a Bike encontrou dificuldades para impor o seu ritmo. Sempre mal posicionado, sempre lutando contra a corrente, terminou apenas em sexto, um resultado pesado para quem costuma comandar o caos.
Huge group about to commence the final lap!
— UCI Cyclocross (@UCI_CX) December 28, 2025
This is going to be one epic battle 🔥#CXWorldCup pic.twitter.com/ZQAdNpzLr9
«A duas voltas do fim, não queria liderar no trecho final e deixei alguns ciclistas passarem. Quando percebi, estava em sexto em vez de segundo. As distâncias aumentaram e a corrida acabou», explicou Van Aert.
«Queria, sem dúvida, um resultado melhor. Vencer nunca é fácil, e sem Mathieu as chances aumentam, mas ainda assim é complicado. A corrida foi dura e os dez primeiros ficaram muito próximos. Vim para lutar pela vitória e, infelizmente, não consegui. Minhas sensações não foram tão boas quanto em provas anteriores. Mas amanhã estarei com tudo em Loenhout, no Troféu X2O, pronto para outro duelo com Van der Poel».
WOUT VAN AERT COMES TO THE FRONT 🚨
— UCI Cyclocross (@UCI_CX) December 28, 2025
First time in this race that we see Wout at the front who pushes the pace to try and make a gap 💥 with less than five laps to go#CXWorldCup pic.twitter.com/8Loqb9LzlY
No topo, o drama era outro. Laurens Sweeck parecia ter calculado tudo: posição, leitura da corrida, paciência. Mas no ciclocrosse, nem sempre a lógica garante a vitória. Nos últimos metros, Thibau Nys surgiu como uma força da natureza, ágil e solto nos trechos técnicos. Onde outros apenas resistiam, o jovem belga da Baloise Glowi Lions acelerou, assumiu a liderança na última curva e garantiu a vitória, deixando claro que o triunfo já tinha dono.
O sprint final foi breve, mas definitivo. Braços erguidos para Nys, confirmando seu talento puro. Atrás dele, o holandês Tibor Del Grosso, da Alpecin-Deceuninck, completou o pódio em segundo, enquanto Sweeck, da Crelan-Corendon, fechou a corrida num emocionante terceiro lugar.
Thibau Nys celebrou sua quinta vitória na temporada: «Estou muito contente, especialmente pela forma como ganhei, me preparando para o sprint final. Fazia tempo que não terminava uma corrida assim. Nos últimos dois anos perdi um pouco desse estilo, e é ótimo recuperá-lo. É um pouco a minha marca registrada».
«Tentei pressionar algumas vezes, mas não era fácil abrir vantagem. Me senti forte e no controle. Acho que foi um dos meus melhores dias da temporada», concluiu Nys.