Consoada não pesou a Van der Poel

Eventuais excessos na Consoada não afetaram Mathieu van der Poel, que prolongou a série 100 por cento vitoriosa esta temporada de ciclocrosse com a conquista da 7.ª prova da Taça do Mundo, em Gavére, na Bélgica, o quinto triunfo em cinco corridas.

Todavia, o heptacampeão mundial enfrentou neste percurso técnico na região da Flandres a mais árdua oposição desde que reiniciou a competição. Thibau Nys esteve ao ataque desde as primeiras voltas e tentou de tudo para quebrar o neerlandês, tornando a corrida num duelo a longa distância da concorrência.

No entanto, a duas voltas do final o campeão belga cometeu um ligeiro erro - o sapato soltou-se do pedal numa subida -, que foi rapidamente aproveitado por Van der Poel para se isolar, impedindo a recuperação ao jovem adversário e garantir a quarta vitória em provas da Taça do Mundo esta temporada.

«Foi bastante difícil fazer a diferença. O Thibaut [Nys] estava muito forte. Neste circuito, já esperava isso, não pensei que me conseguisse distanciar dele. A três voltas do fim, quando lançou o ataque, também fui com tudo. Creio que ele cometeu um pequeno erro num rego, e isso deu-me a oportunidade de o ultrapassar», começou por declarar Van der Poel, após a corrida que venceu com 21 segundos de vantagem.

«Arrisquei com uma volta rápida, esperando que fosse suficiente, e foi. Caso contrário, penso que teríamos disputado a vitória no sprint final.», afirmou o corredor da Alpecin-Deceuninck, de 30 anos, que voltará a competir na segunda-feira, no Troféu X2O em Loenhout (Bélgica), no terceiro de cinco confrontos com Wout van Aert.

Thibau Nys estava satisfeito com o seu desempenho, mas lamentou o erro insuperável. «Só queria fazer a minha corrida e não me arrepender depois por ter sido demasiado passivo», explicou o filho do lendário Sven Nys. «Na volta em que Van der Poel atacou forte, falhei a mudança duas vezes e perdi um pouco de contacto. O cansaço também começou a afetar-me no final», disse.

«Foi a segunda vez que cometi um erro. Não sei o que aconteceu. Os meus pés estavam muito frios, por isso talvez tenha apertado demasiado as sapatilhas. Já não sentia os pés, por isso talvez tenha sido por isso, não conseguir perceber claramente o que estava a fazer», explicou o corredor de 23 anos da Baloise Glowi Lions, que terminou com dois segundos de vantagem sobre o terceiro classificado, o neerlandês Tibor del Grosso (Deschacht - Hens CX) que confirmou a boa forma após ter batido Van Aert há quatro dias, no Superprestige, em Zolder.