Sporting (é mesmo...) o clube de Portugal
O tema ganhou força nas últimas jornadas da Liga. E foi alavancado pelos números (preocupantes para o futuro do futebol nacional...) que trouxeram agora a discussão para cima da mesa. A BOLA fez as contas e os sinais de alarme são evidentes. Para se ter uma ideia, na jornada 6, a última ronda portanto, em 198 jogadores titulares das 18 equipas em prova, apenas 51 foram portugueses. Uma tendência na principal prova nacional que ganhou força em 2025/2026 mas que não se estende a todos os clubes.
O Sporting de Rui Borges é um desses casos. Sobretudo se olharmos para aquelas que foram as duas últimas jornadas, nas quais o Sporting se tornou o Clube de Portugal. O conjunto leonino, neste período, foi aquele que mais jogadores portugueses apresentou no campeonato (Famalicão e Moreirense). Uma distinção ganha, curiosamente, após o fecho de mercado, até porque nas jornadas iniciais, convém lembrar, esse título pertenceu ao V. Guimarães. O emblema minhoto — que chegou a apresentar 7 jogadores portugueses na 3.ª jornada, diante do Moreirense, registo máximo até agora — perdeu esse estatuto após o fecho do mercado (devido a saídas de jogadores importantes como Tomás Handel, Tiago Silva ou Nuno Santos), tornando os leões, desde essa altura, como o mais representativo.
Diante do Famalicão foram seis leões a entrarem (João Virgínia, Inácio, Mangas, Quenda, Trincão e Pedro Gonçalves) mais dois a saírem do banco (Eduardo Quaresma e João Simões). Contra o conjunto de Moreira de Cónegos, por sua vez, foram os mesmos seis (sendo que apenas João Simões saiu do banco). Os clubes que mais se aproximaram deste registo foram o V. Guimarães (com cinco titulares e um do banco a entrar diante do Estrela da Amadora, jornada 5) e o Famalicão (quatro titulares, no empate com o Casa Pia). Ainda assim, contas finais, é o leão que mais jogadores tem lançado na sua estrutura base, sendo que da totalidade do plantel... 10 portugueses já foram utilizados esta época. Muitos deles com rendimento determinante. Basta um breve olhar pela lista dos 10 com mais minutos esta época: seis são portugueses.
Mais: dos 22 golos somados na presente temporada, em todas as provas, mais de metade (13) tiveram carimbo nacional: falamos, claro está, Trincão (5), Pedro Gonçalves (5), Mangas (2) e Quenda (1).
Uma tendência que vem contrastantado com o panorama geral, sendo o Rio Ave, de resto, um dos casos mais flagrantes, pois ainda não lançou nenhum português num onze. Apenas a sair do banco. Uma nota final: de todo o plantel principal apenas dois portugueses não foram a jogo. Ambos por razões de ordem física, como Nuno Santos e Daniel Bragança que recuperam de lesões prolongadas.
Bem na frente de FC Porto e Benfica
O Sporting, neste capítulo, também está na frente dos seus diretos rivais, FC Porto e Benfica. Olhando para estes dois últimos jogos, o FC Porto apresentou Diogo Costa, Moura e Mora diante do Nacional e com o Rio Ave foram apenas os dois primeiros (Mora saiu do banco).
O Benfica, por sua vez, é um dos que tem o contingente lusitano mais reduzido. Nas últimas duas partidas (Aves SAD e Rio Ave) só um representante: António Silva. Com os avenses ainda saíram do banco Tomás Araújo e João Rêgo e com os vila-condenses, na Luz, apenas Henrique Araújo somou escassos minutos.
O Sporting assume, assim, o estatuto de equipa mais nacional nesta altura. Aposta que, de resto, tem vindo a ser reforçada nos últimos anos. A última temporada, aliás, com Ruben Amorim e Rui Borges, que se viu obrigado a colmatar vários problemas de lesões, utilizou impressionantes 21 jogadores (muitos deles jovens oriundos da formação) portugueses. Um registo elevado que o Sporting promete manter para os muitos duelos desta temporada.