Sporting: Bragança é exemplo de superação a trilhar caminho rumo à afirmação
Tinha apenas nove anos quando deixou Fazendas de Almeirim para ingressar no Sporting. Com selo made in Academia, aos 25 anos, Daniel Bragança é um exemplo que muitos jovens da cantera leonina querem seguir.
Degrau a degrau, foi escalando a pirâmide a pulso até alcançar o topo, entenda-se a equipa principal. No seu primeiro ano de sénior foi integrado na equipa de Sub-23, o excelente arranque de temporada valeu-lhe empréstimo ao Farense, em janeiro de 2019, para ganhar experiência em ambiente competitivo na Liga
Em 2020/2021 foi integrado por Rúben Amorim no plantel principal do Sporting e, progressivamente, foi somando minutos — num total de 823 — em 25 jogos, participando na conquista da Taça da Liga e do Campeonato Nacional.
Manteve-se no plantel em 2021/2022, teve mais minutos em campo (1253), voltou a ganhar uma Taça da Liga e carimbou passagem para nova inclusão no plantel de Amorim, mas o azar bateu-lhe à porta a 9 de julho de 2022, num jogo particular com o Estoril sofreu uma entorse traumática com lesão do ligamento cruzado anterior do joelho direito que o levou à sala de operações e o afastou dos relvados durante uma época inteira.
Com persistência, humildade e audácia, Daniel Bragança reergueu-se, agarrou com todas as forças a mão que Rúben Amorim lhe estendeu e, no campo, deu mostras de ser uma aposta certa.
Na época passada alcançou os melhores números da carreira, mostrando-se um médio mais completo: qualidade em espaços reduzidos, melhorou o seu raio de ação na disponibilidade, ocupação de espaço, desarme e agressividade nos duelos. Já envergou a braçadeira de capitão em diversas ocasiões, uma responsabilidade acrescida para quem tem ADN de leão.
A ganhar espaço na hierarquia
De realçar que não tem sido fácil para Daniel Bragança conseguir impor-se na hierarquia no meio-campo, tendo em conta que encontrou João Palhinha, João Mário, Matheus Nunes, Ugarte e mais recentemente Morita e Hjulmand.
O camisola 23 quer ser uma boa dor de cabeça para Rúben Amorim — que por diversas vezes já elogiou o médio — na época que está prestes a começar pretendendo garantir lugar cativo no onze, sabendo, de antemão, que a concorrência é feroz. Além do japonês e do dinamarquês, atrás mencionados, há que contar com Mateus Fernandes, que regressa à casa mãe depois de uma época em alta no Estoril, em que superou todas as expetativas, e ainda o possível recuo de Pedro Gonçalves no relvado.
Bragança já provou ser forte mentalmente e estará pronto para batalhar pelo seu espaço e, claro, ajudar a equipa na corrida ao bicampeonato.