Sistema diferente, Vitinha e a exibição de Cancelo: tudo o que disse Martínez

Roberto Martínez, selecionador nacional, fez a análise à vitória de Portugal frente à Hungria (3-2), na sala de imprensa da Puskás Aréna.

«Primeiro, conhecemos a Hungria muito bem, joga com muito boa sincronização. Marco Rossi está há 77 jogos com os jogadores. A ideia era defender rápido, alto, na zona do meio-campo. É muito difícil criar perigo à Hungria. Aqui contra a Alemanha e Países Baixos, ninguém marcou de bola corrida. Precisamos de ter boa disciplina tática. Fiquei muito satisfeito com as oportunidades que criámos. Marcámos dois golos de bola corrida, e fizemos bom trabalho na bola parada que deu a grande penalidade. Limitámos a Hungria a um canto e a dois remates. Defendemos muito bem no geral, criámos oportunidades, mas sofremos dois golos em dois remates. Há aspetos que precisamos de melhorar. Na primeira parte não levámos o jogo para onde queríamos, mas o importante é a resiliência da equipa. Continuamos a acreditar e com muita discplina para procurar mais golos nos 90 minutos. Acho que merecemos a vitória, tivemos um bom desempenho. Precisamos de jogos assim para podermos crescer.»

«A equipa foi muito equilibrada. A Hungria tem uma estrutura muito compacta, com um bloco médio que depois ajusta-se muito bem para defender antes do bloco baixo. A nossa ideia era poder dar ao Vitinha a oportunidade de jogar à frente e poder ter a bola. O João Neves abriu muitas linhas de passe. A Hungria faz golo num contra-ataque, num erro nosso. A disciplina, no geral, foi boa. Na primeira parte faltou um jogo fluído, aquilo que tivemos na Arménia. Gostei muito do desempenho do Bernardo Silva, muita capacidade e frescura. No fim do jogo, o João Neves e o Vitinha estavam mais cansados e é normal precisarmos do banco. Quando os jogadores do banco entraram mantivemos o mesmo nível, fiquei muito satisfeito. Jogámos contra uma equipa como a Hungria, que não assume riscos e é muito eficaz. Há coisas a ajustar e das quais não vou falar, porque é dar uma vantagem ao adversário.»

«A avaliação do Cristiano Ronaldo neste dois jogos internacionais, com três jogos, é exemplar. Uma atitude e exibição de um verdadeiro capitão.»

«Todos sabemos da qualidade do João Cancelo e torna-o um jogador diferenciado. É muito confiante com bola, em espaços curtos, com e sem bola. No primeiro dia impressionou todos no treino. Não me surpreende, pelos níveis que ele já atingiu. É muito bom para nós termos um jogador como o João Cancelo a 100% fisicamente, totalmente focado e pronto a ajudar a equipa.»